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JUSTIÇA
Um deles é acusado em ação de paternidade
Novos ministros do STJ são sabatinados
SILVANA DE FREITAS
da Sucursal de Brasília
Os quatro juízes designados
pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) foram submetidos ontem à sabatina e aprovados pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado.
Além de capacidade para
exercer o cargo de ministro do
STJ, o juiz deve ter reputação
ilibada (sem mancha).
O juiz Francisco Cândido Falcão de Melo Neto, um dos quatro indicados por FHC, é alvo
de uma ação de paternidade
proposta pelos supostos filhos,
gêmeos de 17 anos. Falcão nega
a paternidade, diz que não conhece a mãe dos gêmeos e que
as afirmações contra ele são
"fantasiosas".
Pernambucano, 47, Falcão é
filho do ministro aposentado
do STF (Supremo Tribunal Federal) Djaci Falcão e primo distante do vice-presidente da República, Marco Maciel, e do
procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro.
Falcão foi aprovado por 11
votos contra 5. Agora será submetido ao plenário. O STJ é a
última instância para o julgamento de ações de paternidade.
Os outros juízes sabatinados
tiveram votação mais expressiva: a primeira mulher designada para o cargo, Eliana Calmon
(15 votos e 2 rejeições), o juiz
Jorge Tadeo Flaquer Scartezzini (15 votos e 2 abstenções) e o
desembargador Paulo Gallotti
(17 votos).
DNA
Falcão foi pressionado por alguns senadores a afirmar que
faria o exame de DNA (teste de
verificação de compatibilidade
genética usado para confirmar
ou não casos de paternidade).
Após a sessão, disse que
aguardará a sentença e que espera o arquivamento do processo por falta de provas. Evitou responder se fará espontaneamente o exame.
Ex-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 5ª
região, com sede em Recife,
Falcão disse ter recebido o
apoio de Maciel e de governadores do Nordeste para a indicação ao cargo.
Outras acusações
O caso foi revelado a alguns
senadores pela procuradora
Armanda Figueirêdo, que
apresentou representação a
Brindeiro sugerindo que recomendasse ao próprio STJ a
apuração de várias acusações
que apresentou contra Falcão.
A procuradora afirma que o
juiz teve um romance durante
dois anos com uma mulher
chamada Rejane e que submete
os supostos filhos a constrangimento por proibi-los de entrar
na sede do TRF. Segundo ela,
Rejane teria recebido dele proposta de adoção dos filhos por
um casal norte-americano.
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