São Paulo, domingo, 02 de julho de 2006

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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA

Dividido, PT de Minas se alia ao PMDB

Petistas não aceitavam apoiar candidatura ao Senado de Newton Cardoso, adversário histórico do partido no Estado

Após dez horas de discussão e três votações, convenção do PT aprova coligação com peemedebistas a 5 minutos do término do prazo legal

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Após dez horas de intensas discussões, três votações e de ter vetado, em princípio, a aliança com Newton Cardoso (PMDB), ex-governador de Minas, o PT mineiro recuou e cedeu aos apelos feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos argumentos da cúpula do partido e decidiu aceitar o peemedebista em sua chapa como candidato ao Senado.
O ex-ministro Nilmário Miranda, presidente do PT, será o candidato ao governo. O vice será Zaire Resende, do chamado grupo histórico do PMDB. A convenção acabou faltando cinco minutos para a meia-noite do dia 30, último dia para a realização das convenções.
O próprio Lula se empenhou pela aliança. Na última quarta, em Contagem (MG), ele se reuniu com Newton e pediu que o PT deixasse de lado as diferenças, por ele e por Nilmário.
Contudo, na primeira votação (30 votos a 19), os petistas aprovaram a aliança com o PMDB, mas barraram Newton: o PT queria candidato próprio ao Senado e não aceitava apoiar um rival histórico no Estado.
Nilmário, responsável pelas articulações, foi acusado de garantir ao PMDB o apoio a Newton sem consultar o partido. Ele negou, afirmando que deputados, a executiva e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, participaram do primeiro encontro com o PMDB, em fevereiro.
O PT esperava que na aliança para o Senado estivesse o ex-presidente Itamar Franco, derrotado um dia antes por Newton na convenção do PMDB.
No encaminhamento da primeira votação, Nilmário, em discurso, citou até o senador José Sarney (PMDB), afirmando que o PT também se opunha a ele e que, agora, o ex-presidente foi o convidado de honra na convenção nacional do partido. Disse que nunca lutou para que Newton fosse o candidato e que a vitória dele foi "coisa do destino".
Com a derrotada da cúpula, uma comissão foi até o PMDB e acabou cedendo ao nome de Newton. Para tentar convencer os votantes petistas, dirigentes cobraram responsabilidade com a candidatura Lula, e Nilmário até ameaçou não ser mais candidato. Em meio às discussões, o vice-presidente José Alencar (PRB-MG) trocou telefonemas com o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG).
Houve consenso para realizar uma nova votação. Newton venceu por 26 a 24, vitória que teve de ser confirmada novamente às 23h55 por 25 a 23.


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