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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Dividido, PT de Minas se alia ao PMDB
Petistas não aceitavam apoiar candidatura ao Senado de Newton Cardoso, adversário histórico do partido no Estado
Após dez horas de discussão
e três votações, convenção
do PT aprova coligação com
peemedebistas a 5 minutos
do término do prazo legal
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Após dez horas de intensas
discussões, três votações e de
ter vetado, em princípio, a
aliança com Newton Cardoso
(PMDB), ex-governador de Minas, o PT mineiro recuou e cedeu aos apelos feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva
e aos argumentos da cúpula do
partido e decidiu aceitar o peemedebista em sua chapa como
candidato ao Senado.
O ex-ministro Nilmário Miranda, presidente do PT, será o
candidato ao governo. O vice
será Zaire Resende, do chamado grupo histórico do PMDB. A
convenção acabou faltando
cinco minutos para a meia-noite do dia 30, último dia para a
realização das convenções.
O próprio Lula se empenhou
pela aliança. Na última quarta,
em Contagem (MG), ele se reuniu com Newton e pediu que o
PT deixasse de lado as diferenças, por ele e por Nilmário.
Contudo, na primeira votação (30 votos a 19), os petistas
aprovaram a aliança com o
PMDB, mas barraram Newton:
o PT queria candidato próprio
ao Senado e não aceitava apoiar
um rival histórico no Estado.
Nilmário, responsável pelas
articulações, foi acusado de garantir ao PMDB o apoio a Newton sem consultar o partido.
Ele negou, afirmando que deputados, a executiva e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, participaram do
primeiro encontro com o
PMDB, em fevereiro.
O PT esperava que na aliança
para o Senado estivesse o ex-presidente Itamar Franco, derrotado um dia antes por Newton na convenção do PMDB.
No encaminhamento da primeira votação, Nilmário, em
discurso, citou até o senador
José Sarney (PMDB), afirmando que o PT também se opunha
a ele e que, agora, o ex-presidente foi o convidado de honra
na convenção nacional do partido. Disse que nunca lutou para que Newton fosse o candidato e que a vitória dele foi "coisa
do destino".
Com a derrotada da cúpula,
uma comissão foi até o PMDB e
acabou cedendo ao nome de
Newton. Para tentar convencer
os votantes petistas, dirigentes
cobraram responsabilidade
com a candidatura Lula, e Nilmário até ameaçou não ser
mais candidato. Em meio às
discussões, o vice-presidente
José Alencar (PRB-MG) trocou
telefonemas com o deputado
Virgílio Guimarães (PT-MG).
Houve consenso para realizar uma nova votação. Newton
venceu por 26 a 24, vitória que
teve de ser confirmada novamente às 23h55 por 25 a 23.
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