São Paulo, quarta-feira, 02 de julho de 2008

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outro lado

Ibama agiu na surdina, protesta sindicato

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Em nota oficial, o Sindaçúcar (Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool) de Pernambuco disse que as autuações do Ibama foram feitas na "surdina". O sindicato anunciou que contestará judicialmente as multas aplicadas a casa usina.
Segundo Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar, as usinas pernambucanas têm licenças de queima concedidas pelo Ibama, além da assinatura de um termo de compromisso agroindustrial firmado com o CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), em vigor desde 2007.
"Na surdina, o Ibama entrou em 17 usinas do Estado e proferiu essas autuações. Isso é com contra-senso, pois o próprio órgão concedeu as licenças de queima agrícola que valem até 2009. A lei não mudou, o que querem agora é fazer uma nova versão do que já existe", disse.
Ele afirmou que o ministro Carlos Minc "precisa conhecer" o trabalho desenvolvido pelos usineiros em Pernambuco. "Plantamos 130 mil mudas por ano nas margens dos rios. É lamentável o que está ocorrendo. Estão fazendo pirotecnia."
O superintendente do Ibama em Pernambuco, João Arnaldo, negou que os usineiros disponham de autorização para queimadas no volume em que elas ocorreram. Na safra passada, o Ibama autorizou, segundo o órgão, a queima controlada de cerca de 777 quilômetros quadrados, o equivalente a 21% da área total queimada.
Segundo Arnaldo, o Termo de Compromisso Agroindustrial proposto pelos usineiros não os dispensou do processo de licenciamento ambiental.
Para o presidente do sindicato, os técnicos do ministério e do Ibama não estudaram a situação ambiental de cada usina. Além disso, ele questionou o trabalho do Ibama. "É estranho que os assentamentos do Incra e as terras que estão com o órgão não estejam sofrendo o mesmo tipo de fiscalização que as usinas." Segundo Cunha, os trabalhos serão mantidos. "Não suspenderemos a atividade industrial nem o plantio."
Durante a safra, que vai de agosto a fevereiro, o setor sucroalcooleiro de Pernambuco emprega cerca de 100 mil pessoas e produz, conforme o sindicato, 475 milhões de litros de álcool, 19,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e 1,6 milhão de toneladas de açúcar.
O CPRH confirmou que as usinas contam com licença operacional agroindustrial.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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