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Secretários do PA têm bens bloqueados
Titulares da Educação e do Trabalho e mais seis pessoas são suspeitas de compra irregular de kits escolares
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
Em decisão liminar, a Justiça
do Pará mandou bloquear contas e bens de oito suspeitos de
terem participado da aquisição
supostamente irregular de 1
milhão de kits escolares para o
governo estadual, sob o custo
alegado de R$ 47,8 milhões.
Entre os suspeitos, estão
duas secretárias estaduais e os
controladores da agência de
publicidade Double M, que intermediou a compra de parte
dos kits. Conforme a Folha revelou em março, o governo
usou a agência, uma das que fizeram a campanha da governadora Ana Júlia Carepa (PT) em
2006, para comprar as agendas
e as mochilas do material.
O kit foi distribuído a alunos
da rede estadual de ensino.
A decisão de anteontem respondeu a um pedido do Ministério Público do Pará, que investiga o caso e deve denunciar
por improbidade administrativa ao menos parte dos suspeitos. Com o bloqueio, a Justiça
visa assegurar que, se o desvio
se comprovar, o ressarcimento
ao erário seja garantido.
Só da secretária da Educação, Iracy Gallo, e de dois de
seus adjuntos, o valor bloqueado é de até R$ 33,9 milhões.
Este dinheiro se refere ao
que o governo já pagou até agora pelos kits, e não corresponde
necessariamente à soma dos
bens dos três.
Dos sócios da Double M, o
valor congelado é o mesmo
que, segundo a Promotoria, a
agência já recebeu do governo
para comprar as agendas e mochilas: R$ 25,9 milhões.
A secretária estadual do Trabalho, Ivanise Gasparim, teve
até R$ 1 milhão de seus bens
bloqueado.
Sentença
Na sentença, o juiz Marco
Antonio Castelo Branco diz que
"as alegações de não realização
de procedimento licitatório para a compra dos Kits, de pagamento indevido de honorários
à empresa Double M e de aquisição de produtos com valores
acima dos praticados no mercado [...] não parecem, a princípio, simples conjecturas divorciadas dos fatos".
Ele justifica o bloqueio dos
bens com o argumento de que o
não deferimento da liminar poderia "implicar em potencial
inutilidade de uma decisão a
ser proferida no futuro".
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