São Paulo, Sexta-feira, 02 de Julho de 1999
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SÃO PAULO
Empresa, resultante da cisão da Cesp, terá 71,27% de seu capital votante posto à venda
Paranapanema será vendida por R$ 651 mi

da Reportagem Local

O governo do Estado de São Paulo publicou ontem o edital de privatização da empresa de geração de energia elétrica Paranapanema, que será leiloada no próximo dia 28 de julho pelo preço mínimo de R$ 651.463.111,33.
Serão vendidos 38,66% do capital social da empresa, originária do processo de cisão da Cesp (Companhia Energética de São Paulo) - sendo 36,92% em ações ordinárias (que, com direito a voto, definem o controle da geradora de energia) e 1,74% em ações preferenciais (sem direito a voto).
As ações ordinárias leiloadas correspondem a 71,27% do capital votante da Paranapanema. O preço mínimo por lote de mil ações foi estabelecido em R$ 17,98.
Aos funcionários serão oferecidos 5% do capital da empresa em ações preferenciais. Desse percentual, 2,5% serão ofertados sem deságio, ao preço de R$ 17,98 por lote de mil ações, e 2,5% com deságio de 50%, ao preço de R$ 8,99.
Caberá ao vencedor do leilão o pagamento adicional obrigatório de R$ 21.058.684,33 pelo desconto estabelecido na oferta aos empregados da energética.
O vice-governador e presidente do PED (Programa Estadual de Desestatização), Geraldo Alckmin, afirmou ontem que 90% do valor arrecadado com a venda será utilizado no saneamento financeiro do Estado. Os outros 10%, conforme determina a legislação do programa, deverão ser aplicados no setor social da administração.
Segundo o governo estadual, com um patrimônio líquido de R$ 1.684.694.747, a empresa tem hoje uma dívida de longo prazo de cerca de R$ 1 bilhão e receita anual de aproximadamente R$ 500 milhões.
Com 589 funcionários, a Paranapanema é composta por oito usinas hidroelétricas na bacia do rio Paranapanema: Jurumirim, Xavantes, Salto Grande, Canos 1 e 2, Capivara, Taquaruçu e Rosana.
A capacidade de energia da empresa é de 2.307 MW (megawatt), o que corresponde a cerca de 22% da geração total da Cesp.
Alckmin declarou que oito empresas -sete estrangeiras, sendo que uma associada a um grupo nacional, e uma brasileira- já visitaram o ""data room" (sala de informações) do leilão. ""Evidente que não sabemos se todas vão participar, provavelmente não serão todas, mas o interesse é alto", disse.
O edital determina ainda que os novos controladores da empresa deverão expandir a capacidade instalada de seu sistema de geração em pelo menos 15%, em até oito anos a partir da assinatura do contrato de concessão. ""É uma oferta maior de energia e evita risco de blecaute e de falta de energia para o consumidor", explicou Alckmin.
De acordo com o secretário da Energia, Mauro Arce, esse percentual equivale a um investimento aproximado de R$ 500 milhões.


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