São Paulo, terça-feira, 02 de agosto de 2005

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Para Ciro Gomes, senador tucano é "homem sério"

DA REDAÇÃO

Sem esperar ser questionado sobre as suspeitas que envolvem o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes (PSB), se antecipou e saiu em defesa do tucano, chamando-o de "homem sério". As declarações sobre Azeredo, feitas ontem, surgiram após o ministro chamar de "perigosa" a idéia de que "todo mundo é igual" e criticar o uso da crise para desgastar adversários.
"Eu tenho um testemunho para dar a vocês [jornalistas]: o senador Eduardo Azeredo -sou um homem vivido na política brasileira e sei- é um homem de bem, é um homem sério. Eu duvido -só com uma demonstração muito violenta para eu acreditar- que o senador praticou um ato de ofício [por iniciativa própria]. Se não [praticou], ele não poderia ser responsabilizado", afirmou o ministro sem ter sido questionado sobre o senador.
Azeredo, presidente do PSDB, teve o nome envolvido na crise depois de a CPI dos Correios receber documentos que tratam de um suposto esquema de caixa dois na campanha eleitoral do tucano em 1998, quando tentou a reeleição como governador de Minas Gerais. No esquema, vários políticos receberam dinheiro que alegaram ser para eventos de campanha de Azeredo. Os recursos chegaram por meio da SMPB, agência que tem Marcos Valério como sócio.
Ciro esteve em São Paulo para participar de reunião na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na qual discursou sobre a transposição de águas do rio São Francisco. Ao fim do evento, falou com jornalistas. Tentou não comentar a crise política, para mais tarde defender Azeredo e também o ex-ministro José Dirceu.
"Eu espero com o meu coração que ele [Dirceu] consiga mostrar para o Parlamento e para o país que ele é o que eu penso que ele é: um homem de bem", disse, ao comentar o depoimento que o ex-titular da Casa Civil presta hoje. "Eu tenho menos convivência com o José Dirceu do que tenho com o senador Azeredo. (...) Mas tenho dele a melhor impressão."

Constrangido
Ciro se disse constrangido -"como todos os brasileiros"- com as denúncias envolvendo petistas e políticos, mas defendeu o governo Lula. "A convicção de que eu pertenço a um governo honesto segue bastante firme."
Disse ainda que "nenhum coletivo tem o monopólio da ética", referindo-se ao PT. "Não imaginem que, quando eu afirmava que pertencia a um governo honesto, eu estava seguro de que ninguém estava cometendo uma imprudência. Eu estava seguro de que a impunidade não seria prêmio."
O ministro da Integração Nacional negou que se candidatará em 2006 ("Eu enjoei da política") e declarou voto no presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


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