CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA

O governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), que teve o mandato cassado pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) na segunda, vai continuar no cargo até que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) julgue o recurso apresentado por seus advogados.
Ontem, o ministro do TSE Carlos Ayres Britto concedeu liminar em medida cautelar ajuizada por Cunha Lima e que pedia a suspensão dos efeitos da decisão do TRE-PB. Britto considerou que a alternância sucessiva pode gerar "indiscutível efeito desestabilizador na condução da máquina administrativa e do próprio quadro psicológico dos eleitores".
Britto disse ainda que o segundo colocado nas eleições, José Maranhão (PMDB), é senador e "correria um risco enorme" ao renunciar para assumir o governo. A expectativa é que o recurso seja julgado em até seis meses.
Cunha Lima é acusado pelo Ministério Público de distribuir à população, em ano eleitoral, cerca de 35 mil cheques de R$ 150 a R$ 200, sem lei que regulasse o programa de assistência social.
O único juiz do TRE-PB que votou contra a cassação de Cunha Lima doou R$ 500 à campanha pela reeleição do tucano. O juiz eleitoral Renan de Vasconcelos Neves disse que fez a doação quando ainda não era juiz. "Houve um jantar em João Pessoa e fui como cidadão comum. Nem sonhava que ia ter vaga de juiz no TRE." Ele disse que votou contra a cassação por reconhecer a existência de lei estadual que regula o programa de assistência social. Ele se tornou juiz em junho, a partir de lista apresentada pelo Tribunal de Justiça ao presidente da República.


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