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"As famílias sofreram mais", diz antigo guia
DO ENVIADO AO ARAGUAIA
"Meus filhos só não morreram de fome por causa dos
vizinhos. As famílias sofreram mais do que nós", conta
o camponês Manoel Leal Lima, 71, o Vanu, um dos mateiros que têm mais informações, segundo os militares.
"Nós passávamos até cinco
dias na mata andando, quando não topávamos com um
[guerrilheiro]. Teve uma
missão que passei 15 dias
longe." Enquanto isso, a terra foi abandonada, a família
passou por privações, diz.
Ele conta que morava próximo à área de atuação dos
guerrilheiros e foi preso pelos militares em outubro de
1973. Depois do que define
como "instrução na taca [na
porrada]", passou a colaborar com as Forças Armadas.
Vanu narra com detalhes
como guiou um grupo que
surpreendeu dois guerrilheiros que tomavam café da manhã, ambos mortos em emboscada dos militares. "Enterramos só com folha, amigo", relata, apontando o local
onde foram deixados os corpos. Como a área foi muito
mexida, não haverá escavação no local.
(PDL)
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