São Paulo, domingo, 02 de agosto de 2009

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"As famílias sofreram mais", diz antigo guia

DO ENVIADO AO ARAGUAIA

"Meus filhos só não morreram de fome por causa dos vizinhos. As famílias sofreram mais do que nós", conta o camponês Manoel Leal Lima, 71, o Vanu, um dos mateiros que têm mais informações, segundo os militares.
"Nós passávamos até cinco dias na mata andando, quando não topávamos com um [guerrilheiro]. Teve uma missão que passei 15 dias longe." Enquanto isso, a terra foi abandonada, a família passou por privações, diz.
Ele conta que morava próximo à área de atuação dos guerrilheiros e foi preso pelos militares em outubro de 1973. Depois do que define como "instrução na taca [na porrada]", passou a colaborar com as Forças Armadas.
Vanu narra com detalhes como guiou um grupo que surpreendeu dois guerrilheiros que tomavam café da manhã, ambos mortos em emboscada dos militares. "Enterramos só com folha, amigo", relata, apontando o local onde foram deixados os corpos. Como a área foi muito mexida, não haverá escavação no local. (PDL)


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