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Casal da Renascer retorna ao Brasil após prisão nos EUA
Alvos de inquéritos e processos, Sonia e Estevam Hernandes podem circular no país, diz Promotoria
DA REPORTAGEM LOCAL
O casal de fundadores da
Igreja Renascer, Sonia Haddad
Hernandes e Estevam Hernandes Filho, retornou ontem ao
Brasil dois anos e meio após ter
sido preso e condenado nos Estados Unidos sob acusação de
contrabando de dinheiro.
Líderes da igreja que teria
cerca de 2 milhões de fiéis e
1.200 templos em todo o mundo, segundo os cálculos da Renascer, eles foram presos em
2007 na alfândega do aeroporto de Miami, ao tentar entrar
nos EUA com US$ 56 mil escondidos numa Bíblia, num
porta CD e em malas, embora
tivessem declarado a posse de
apenas US$ 10 mil.
Após a detenção, o casal foi
condenado pela Justiça americana e passou diferentes períodos em regimes fechado e aberto. Sonia chegou a ficar 140 dias
em prisão fechada. Atualmente, eles estavam em liberdade
provisória num período de observação judicial de seis meses,
durante o qual deveriam mostrar bom comportamento.
O prazo venceria no próximo
dia 16, mas pediram à Justiça
de Miami que antecipasse, em
duas semanas, a permissão para viajarem ao Brasil, sob argumento de que um membro da
família passa por sério problema de saúde em São Paulo.
O casal desembarcou às 5h05
de ontem no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo,
em um voo de carreira.
Segundo a assessoria da igreja, o casal seguiu direto para o
hospital em que estaria o familiar, cujas condições não foram
reveladas. A assessoria afirmou
também que eles não concederiam entrevistas à imprensa.
O Ministério Público de São
Paulo informou ontem que não
há restrição legal à circulação
do casal Hernandes no Brasil.
Eles são alvo de inquéritos e
processos no Brasil. O principal
é acompanhado pelo Gedec
(Grupo de Atuação Especial
contra Sonegação Fiscal e Lavagem de Dinheiro) do Ministério Público de São Paulo, que
agora deverá retomar as investigações. O principal processo
sobre a igreja estava suspenso
na Justiça de São Paulo em razão das prisões nos EUA.
Outro caso é a contraparte
brasileira do processo americano -no Brasil, o casal é investigado por não ter declarado à
Receita Federal que estava embarcando, em 2007, com a
quantia de US$ 56 mil.
Em 2007, o juiz auxiliar da
30ª Vara Criminal de São Paulo, André Carvalho de Almeida,
acolheu denúncia contra os
fundadores da Renascer por supostos crimes contra a ordem
tributária. A denúncia protocolada pelo Ministério Público
diz que, entre abril e junho de
2000, o casal Hernandes, por
meio de uma empresa, teria
deixado de recolher cerca de R$
77 mil em tributos. Em nota divulgada à época, a Renascer negou problemas com o Fisco.
Segundo sua assessoria, a
igreja também moveu seis
ações, por supostos abusos,
contra promotores de Justiça
que a investigaram. Os advogados do casal sempre negaram as
acusações de irregularidades
contra os Hernandes.
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