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CAMPANHA
Partido compara polarização a partida repleta de cartões vermelhos, o que desgastaria vencedor para o 2º turno
PT espera lucrar com "guerra" Ciro-Serra
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT compara a acirrada disputa pelo segundo lugar nas pesquisas a um jogo de futebol "cheio de
cartões vermelhos", em que, espera, o beneficiário maior será Luiz
Inácio Lula da Silva.
A imagem é utilizada pelo deputado federal Aloizio Mercadante
(SP) para ilustrar a satisfação do
partido com o recrudescimento
na troca de acusações entre os
presidenciáveis José Serra (PSDB)
e Ciro Gomes (PPS).
"Estamos na final esperando
quem será o nosso adversário, em
um jogo que já se mostra violento
e que fará o vencedor chegar cansado e machucado", afirmou o
deputado, integrante do alto escalão do partido.
Petistas ontem não escondiam o
contentamento com o resultado
da pesquisa Datafolha, em que a
liderança de Lula com 37% foi
confirmada, contra 20% de Ciro e
19% de Serra.
Oficialmente, falar em vitória
no primeiro turno continua proibido dentro da campanha petista,
para evitar a possibilidade de "salto alto". "Não ser presunçoso" é a
palavra de ordem.
"Há uma onda positiva em torno do Lula, que pôde ser verificada em manifestações populares
espontâneas no Norte e Centro-Oeste [para onde o candidato foi
na semana retrasada]", diz o secretário-geral do PT, Luiz Dulci.
Ele afirma ser possível o petista
crescer mais, mas mantém a linha
de que o partido não trabalha
com a possibilidade de vitória no
primeiro turno.
O objetivo maior do partido
passa a ser atingir os 40%, chegando no segundo turno com
uma margem de 15 pontos percentuais à frente de seu adversário. Espera-se que eleitores insatisfeitos com a troca de farpas na
disputa pelo segundo lugar optem
por Lula.
"Isso nos daria um colchão de
segurança, ao mesmo tempo em
que a batalha entre Ciro e Serra
criará entre seus partidos um
abismo no segundo turno", declara Mercadante.
A expectativa do PT é que a subida de Serra será interrompida e
que ele se estabilizará no máximo
em 25%. Se subir mais, chegando
perto da casa de 30% -possibilidade que nenhum petista descarta totalmente-, passa a preocupar o partido.
"A fotografia do momento revela que o segundo turno com Serra
é o mais provável. Mas não podemos ficar no camarote esperando
quem vai nos enfrentar", declara
o deputado federal Arlindo Chinaglia, da coordenação da campanha lulista.
Segundo ele, o partido tem de
agir, não apenas reagir. "A última
coisa a ser feita é esperar sentados
que caiam no nosso colo votos de
eleitores de Ciro e Serra insatisfeitos com a guerra entre os dois",
declara Chinaglia.
Por "agir" entenda-se intensificar o trabalho de mobilização, em
ações como uma campanha alternativa contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), já
que o partido se retirou do plebiscito promovido pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil) nesta semana, por temer
desgaste à candidatura de Lula.
Outro objetivo neste momento
é evitar "cair em provocações",
como avalia Dulci.
O partido sabe que seus adversários tentarão fazer com que Lula abandone seu estilo evasivo de
campanha, no qual ele tem evitado se comprometer com metas e
críticas a adversários.
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