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UM PAÍS QUE VAI PRA FRENTE
Propaganda do governo foi facilitada pelo crescimento do PIB e pela vitória da seleção na Copa do México, em 1970
Regime militar promoveu campanhas ufanistas
DA REDAÇÃO
O governo do general Emílio
Garrastazu Médici (1969-1974)
desenvolveu várias campanhas
publicitárias visando o "fortalecimento do caráter nacional",
num momento em que o regime
militar enfrentava oposição armada de grupos de esquerda.
A ação do governo foi facilitada pelo chamado "milagre econômico" (de 1970 a 1973, o PIB
cresceu a taxas superiores a 10%
ao ano) e pela conquista do tricampeonato pela seleção brasileira em 1970, no México, que
popularizou a música "Pra frente, Brasil" (de Miguel Gustavo).
Cartazes com o slogan "Ninguém mais segura este país" se
espalharam pelo país. Também
começaram a circular adesivos
ufanistas, inicialmente produzidos por empresas paulistas e
distribuídos em quartéis, bancos e repartições públicas, com o
slogan "Ame-o ou deixe-o" (numa referência velada aos exilados e aos banidos pelo regime).
As campanhas publicitárias
enaltecendo o "Brasil Grande"
eram estimuladas pela Assessoria Especial de Relações Públicas
da Presidência da República,
chefiada pelo coronel Octávio
Costa, atingiram seu auge em
1972, com os festejos pelos 150
anos da Independência.
Essa é a época de alguns hits:
"Eu te amo, meu Brasil" (de
Dom, gravada pelo conjunto Os
Incríveis) e de "Este é Um País
que Vai pra Frente", também
gravada por Os Incríveis; "País
tropical" e "Brasil, Eu Fico"
(ambas de Jorge Ben, gravadas
por Wilson Simonal); "Que Cada um Cumpra com o Seu Dever" (do próprio Simonal).
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