São Paulo, quinta-feira, 02 de setembro de 2004

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UM PAÍS QUE VAI PRA FRENTE

Propaganda do governo foi facilitada pelo crescimento do PIB e pela vitória da seleção na Copa do México, em 1970

Regime militar promoveu campanhas ufanistas

DA REDAÇÃO

O governo do general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974) desenvolveu várias campanhas publicitárias visando o "fortalecimento do caráter nacional", num momento em que o regime militar enfrentava oposição armada de grupos de esquerda.
A ação do governo foi facilitada pelo chamado "milagre econômico" (de 1970 a 1973, o PIB cresceu a taxas superiores a 10% ao ano) e pela conquista do tricampeonato pela seleção brasileira em 1970, no México, que popularizou a música "Pra frente, Brasil" (de Miguel Gustavo).
Cartazes com o slogan "Ninguém mais segura este país" se espalharam pelo país. Também começaram a circular adesivos ufanistas, inicialmente produzidos por empresas paulistas e distribuídos em quartéis, bancos e repartições públicas, com o slogan "Ame-o ou deixe-o" (numa referência velada aos exilados e aos banidos pelo regime).
As campanhas publicitárias enaltecendo o "Brasil Grande" eram estimuladas pela Assessoria Especial de Relações Públicas da Presidência da República, chefiada pelo coronel Octávio Costa, atingiram seu auge em 1972, com os festejos pelos 150 anos da Independência.
Essa é a época de alguns hits: "Eu te amo, meu Brasil" (de Dom, gravada pelo conjunto Os Incríveis) e de "Este é Um País que Vai pra Frente", também gravada por Os Incríveis; "País tropical" e "Brasil, Eu Fico" (ambas de Jorge Ben, gravadas por Wilson Simonal); "Que Cada um Cumpra com o Seu Dever" (do próprio Simonal).


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