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Petistas citados criticam relatório
e dizem que vão provar inocência
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de os 18 parlamentares e
um ex-deputado (Valdemar Costa Neto, do PL, que renunciou ao
mandato) citados no relatório do
deputado Osmar Serraglio
(PMDB-PR) terem juntado suas
defesas à documentação analisada pela CPI dos Correios, muitos
acusados preferiram manter o silêncio após a divulgação do relatório parcial, ocorrida ontem.
Os deputados que comentaram
o texto, porém, criticaram o relatório. "É um processo viciado,
com uma dose razoável de autoritarismo e uma certa dose de discriminação e parcialidade. Por
que ele [Serraglio] não listou todos os que aparecem nas listagens? Também é um absurdo não
dar a oportunidade ao deputado
de falar na CPI, se defender", disse
Paulo Rocha (PA), ex-líder do PT
na Câmara, acusado de receber
R$ 920 mil do esquema Marcos
Valério -o deputado admite que
foi beneficiado com R$ 620 mil
para pagar débitos de campanha.
Outro deputado petista, Professor Luizinho (SP), disse que não
recebeu "nenhum centavo de caixa dois" para fazer sua campanha.
Segundo o parlamentar, um funcionário do seu gabinete foi contemplado com R$ 20 mil para fazer campanha para alguns vereadores no interior de São Paulo.
"Não tenho nada a ver com isso."
"Sou inocente"
Integrante do PT da Bahia, o deputado Josias Gomes disse que a
"verdade ficará evidenciada
quando a sua defesa for considerada". Ex-presidente da Câmara,
João Paulo Cunha (PT-SP) disse
que não será cassado. "Sou inocente." Para se defender, João
Paulo relacionou o suposto
"mensalão" à troca de legenda.
"Dizem que quem pegou "mensalão" trocou de partido, e eu não
troquei. Dizem que quem pegou
era pra votar a favor do governo, e
eu não votava porque presidia a
sessão da Câmara. Dizem que era
para fazer caixa dois, e eu não fiz."
Ele disse também que os R$ 50 mil
que sua mulher sacou no Banco
Rural foram dados pelo PT.
Carlos Rodrigues (PL-RJ) e Vadão Gomes (PP-SP) não foram localizados ontem à tarde em seus
gabinetes. Por seu advogado, o
deputado José Borba (PMDB-PR)
disse que somente iria se pronunciar quando lesse o relatório.
Citados no relatório, Roberto
Brant (PFL-MG) e José Mentor
(PT-SP) estavam viajando, de
acordo com seus assessores. Até o
fechamento desta edição os deputados José Janene (PP-PR) e Pedro Corrêa (PP-PE) não haviam
atendido ao pedido da reportagem. Autor das denúncias do suposto "mensalão", o deputado
Roberto Jefferson (PTB-RJ), presidente licenciado do PTB, disse,
por sua assessoria, que não iria
comentar o relatório parcial da
CPI dos Correios.
Segundo funcionários do seu
gabinete, Pedro Henry (PP-MT)
estava em trânsito. Sandro Mabel
(PL-GO) disse que "ficou feliz"
com a inclusão do seu nome no
relatório. "Agora, vou comprovar
a minha inocência."
O ex-deputado Valdemar da
Costa Neto não foi localizado ontem pela Folha. Também não foram localizados os deputados
Wanderval Santos (PL-SP), Romeu Queiroz (PTB-MG) e João
Magno (PT-MG).
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