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Lula atribui previsão de baixo crescimento a torcida contra
Após divulgação de desempenho fraco do PIB, presidente reitera que país crescerá 4%
Mas petista foi avisado pelo ministro da Fazenda e pelo presidente do BC de que o crescimento da economia em 2006 deve ficar em 3,5%
PEDRO DIAS LEITE
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou demonstrar otimismo com os números
da economia do país um dia
após a divulgação do baixo crescimento do PIB no segundo trimestre. Em entrevista ontem
no Planalto, ele disse estar convicto de que 2006 fechará com
crescimento de 4% e atribuiu a
queda nas previsões de desempenho da economia a pessoas
que "torcem contra" o país.
Lula, que é candidato à reeleição, falou ontem sobre o PIB
ao descer ao térreo do Planalto
para conhecer dois modelos de
carros da Fiat, um "tetrafuel"
(quatro tipos combustível) e
outro elétrico. O petista dirigiu
um deles por alguns metros.
Foi então questionado sobre os
números da economia.
"Eu ontem tive a oportunidade de ver as informações do IBGE, e elas estão dentro daquilo
que nós prevíamos, ou seja, nós
temos uma meta de crescimento de 4%. A economia e o crescimento são medidos por quatro
trimestres, e eu vi muita gente
assustada por causa do segundo
trimestre, sendo que ainda faltam dois trimestres", afirmou.
O IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística) informou anteontem que o Produto Interno Bruto do país subiu apenas 0,5% no segundo
trimestre deste ano, derrubando as previsões de todos os analistas para o crescimento do
país neste ano. Foi o pior resultado da economia desde o terceiro trimestre de 2005.
Aviso
Apesar do discurso otimista
do presidente, reservadamente
no governo o ministro Guido
Mantega (Fazenda) e Henrique
Meirelles (presidente do Banco
Central) já avisaram a Lula que
o crescimento da economia em
2006 deve ficar em 3,5% do
PIB. No mercado, há previsões
inclusive de que a taxa pode ser
ainda pior, próxima de 3%.
Ontem, porém, Lula buscou
manter a expectativa inicial do
governo de atingir a meta de
crescimento de 4% neste ano e
afirmou que alguns têm de "parar de ficar torcendo para que
as coisas dêem errado".
"Nós, na verdade, temos convicção de que chegaremos à
meta dos 4% a que nos propusemos chegar, vamos chegar à
meta de fazer o Brasil crescer
num ciclo duradouro de crescimento, que é o que o Brasil precisa efetivamente", disse. "Estou muito tranqüilo com as
perspectivas do crescimento da
economia do Brasil, com as
perspectivas da produção industrial, com o crescimento da
indústria automobilística".
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