São Paulo, sábado, 02 de setembro de 2006

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Lula atribui previsão de baixo crescimento a torcida contra

Após divulgação de desempenho fraco do PIB, presidente reitera que país crescerá 4%

Mas petista foi avisado pelo ministro da Fazenda e pelo presidente do BC de que o crescimento da economia em 2006 deve ficar em 3,5%


PEDRO DIAS LEITE
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou demonstrar otimismo com os números da economia do país um dia após a divulgação do baixo crescimento do PIB no segundo trimestre. Em entrevista ontem no Planalto, ele disse estar convicto de que 2006 fechará com crescimento de 4% e atribuiu a queda nas previsões de desempenho da economia a pessoas que "torcem contra" o país.
Lula, que é candidato à reeleição, falou ontem sobre o PIB ao descer ao térreo do Planalto para conhecer dois modelos de carros da Fiat, um "tetrafuel" (quatro tipos combustível) e outro elétrico. O petista dirigiu um deles por alguns metros. Foi então questionado sobre os números da economia.
"Eu ontem tive a oportunidade de ver as informações do IBGE, e elas estão dentro daquilo que nós prevíamos, ou seja, nós temos uma meta de crescimento de 4%. A economia e o crescimento são medidos por quatro trimestres, e eu vi muita gente assustada por causa do segundo trimestre, sendo que ainda faltam dois trimestres", afirmou.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou anteontem que o Produto Interno Bruto do país subiu apenas 0,5% no segundo trimestre deste ano, derrubando as previsões de todos os analistas para o crescimento do país neste ano. Foi o pior resultado da economia desde o terceiro trimestre de 2005.

Aviso
Apesar do discurso otimista do presidente, reservadamente no governo o ministro Guido Mantega (Fazenda) e Henrique Meirelles (presidente do Banco Central) já avisaram a Lula que o crescimento da economia em 2006 deve ficar em 3,5% do PIB. No mercado, há previsões inclusive de que a taxa pode ser ainda pior, próxima de 3%.
Ontem, porém, Lula buscou manter a expectativa inicial do governo de atingir a meta de crescimento de 4% neste ano e afirmou que alguns têm de "parar de ficar torcendo para que as coisas dêem errado".
"Nós, na verdade, temos convicção de que chegaremos à meta dos 4% a que nos propusemos chegar, vamos chegar à meta de fazer o Brasil crescer num ciclo duradouro de crescimento, que é o que o Brasil precisa efetivamente", disse. "Estou muito tranqüilo com as perspectivas do crescimento da economia do Brasil, com as perspectivas da produção industrial, com o crescimento da indústria automobilística".


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