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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Indefinição na área econômica retarda programa de Alckmin
Tucanos consideram esboço do plano inconsistente ou muito vago para as pretensões do candidato
Pressão é maior por Lula ter
exposto seu programa; o do
tucano deve ser divulgado
até o outro sábado, mas não
deverá fixar metas na área
Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
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Alckmin (centro) cumprimenta criança ao lado do prefeito Cesar Maia, em visita ao Morro da Providência, primeira favela do Rio |
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A menos de um mês do primeiro turno da eleição, a área
econômica, carro-chefe até
agora dos discursos de Geraldo
Alckmin ao Planalto, tornou-se
um problema para o tucano,
que ainda não tem um plano
definido para o setor.
A redação final do plano está
a cargo do ITV (Instituto Teotônio Vilela), em São Paulo. Um
esboço foi apresentado a tucanos nesta semana, mas, segundo a Folha apurou, foi considerado técnico demais em alguns
itens, como a reforma da Previdência, e muito vago em outros, como a redução dos juros.
Para um candidato que tem repetido que terá "obsessão pelo
crescimento" e tem priorizado
o aspecto econômico sobre o
ético, o PSDB acha que o texto
precisa ser aprimorado.
Sem consenso quanto à fixação de metas para a geração de
emprego e crescimento, o plano deverá ser genérico nesses e
em outros quesitos.
Hoje, no Sul, Alckmin apresentará apenas o capítulo do
plano destinado ao agronegócio e à reforma agrária, prometendo "tolerância zero" às invasões de terra.
A pressão sobre Alckmin aumentou porque o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva divulgou na terça-feira seu projeto
para um eventual segundo
mandato. Como as propostas
do petistas são vagas para a
economia, o PSDB acha que
pode marcar um gol na campanha se avançar na questão.
A meta dos tucanos é apresentar seus compromissos até
o próximo sábado.
Mas os problemas são diversos. A equipe que nos últimos
três meses trabalhou na construção das propostas, comandada pelo economista Antonio
Márcio Buainain, da Unicamp,
se dissolveu após ter apresentado sugestões ousadas, porém
indigestas do ponto de vista
eleitoral, como uma nova reforma da Previdência com elevação da idade mínima para o
trabalhador se aposentar, revisão da vinculação de receitas e
controle maior do câmbio.
O próprio Buainain está ausente da formulação final da
proposta. Também estão fora
os ex-ministros Pratini de Morais (PFL) e Luiz Carlos Mendonça de Barros, o presidente
do PSDB, Tasso Jereissati
(CE), o candidato a vice do tucano Aécio Neves em Minas
Gerais, Antonio Anastasia, e o
economista José Roberto
Afonso, do grupo de José Serra.
Com isso, o economista Yoshiaki Nakano, ex-secretário do
governo paulista, deverá supervisionar a versão final do texto.
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