São Paulo, sábado, 02 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Indefinição na área econômica retarda programa de Alckmin

Tucanos consideram esboço do plano inconsistente ou muito vago para as pretensões do candidato

Pressão é maior por Lula ter exposto seu programa; o do tucano deve ser divulgado até o outro sábado, mas não deverá fixar metas na área


Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
Alckmin (centro) cumprimenta criança ao lado do prefeito Cesar Maia, em visita ao Morro da Providência, primeira favela do Rio


JOSÉ ALBERTO BOMBIG
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A menos de um mês do primeiro turno da eleição, a área econômica, carro-chefe até agora dos discursos de Geraldo Alckmin ao Planalto, tornou-se um problema para o tucano, que ainda não tem um plano definido para o setor.
A redação final do plano está a cargo do ITV (Instituto Teotônio Vilela), em São Paulo. Um esboço foi apresentado a tucanos nesta semana, mas, segundo a Folha apurou, foi considerado técnico demais em alguns itens, como a reforma da Previdência, e muito vago em outros, como a redução dos juros. Para um candidato que tem repetido que terá "obsessão pelo crescimento" e tem priorizado o aspecto econômico sobre o ético, o PSDB acha que o texto precisa ser aprimorado.
Sem consenso quanto à fixação de metas para a geração de emprego e crescimento, o plano deverá ser genérico nesses e em outros quesitos.
Hoje, no Sul, Alckmin apresentará apenas o capítulo do plano destinado ao agronegócio e à reforma agrária, prometendo "tolerância zero" às invasões de terra.
A pressão sobre Alckmin aumentou porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou na terça-feira seu projeto para um eventual segundo mandato. Como as propostas do petistas são vagas para a economia, o PSDB acha que pode marcar um gol na campanha se avançar na questão.
A meta dos tucanos é apresentar seus compromissos até o próximo sábado.
Mas os problemas são diversos. A equipe que nos últimos três meses trabalhou na construção das propostas, comandada pelo economista Antonio Márcio Buainain, da Unicamp, se dissolveu após ter apresentado sugestões ousadas, porém indigestas do ponto de vista eleitoral, como uma nova reforma da Previdência com elevação da idade mínima para o trabalhador se aposentar, revisão da vinculação de receitas e controle maior do câmbio.
O próprio Buainain está ausente da formulação final da proposta. Também estão fora os ex-ministros Pratini de Morais (PFL) e Luiz Carlos Mendonça de Barros, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), o candidato a vice do tucano Aécio Neves em Minas Gerais, Antonio Anastasia, e o economista José Roberto Afonso, do grupo de José Serra.
Com isso, o economista Yoshiaki Nakano, ex-secretário do governo paulista, deverá supervisionar a versão final do texto.


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