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PF não acha Tião Viana e pode obrigá-lo a depor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Tião Viana
(PT-AC) evita há um mês
depor na Polícia Federal
sobre o episódio da quebra
do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos
Costa. Viana já ignorou
um ofício e dois contatos
por telefone feitos pelo delegado Rodrigo Carneiro,
encarregado do caso. Segundo a Folha apurou, a
PF estuda adotar medidas
coercitivas para obrigar o
senador a depor.
A demora em conseguir
ouvir Viana, tido como peça-chave para esclarecer o
caso, tem atrasado a conclusão do inquérito. Na última tentativa de falar
com o senador, um assessor disse ao delegado que
Viana só prestaria depoimento após 4 de outubro,
depois do primeiro turno.
Procurada pela Folha, a
assessoria do senador não
havia conseguido localizá-lo até a conclusão desta
edição. Viana foi o principal defensor de Palocci na
CPI dos Bingos. Ele teria
contribuído, indiretamente, para a iniciativa de Palocci de violar o sigilo bancário de Francenildo na
Caixa Econômica Federal.
Após entrevista do caseiro ao jornal "Estado de
S. Paulo", publicada no dia
14 de março, na qual afirmou que Palocci freqüentava casa alugada por lobistas em Brasília, a jornalista Helena Chagas disse
a Viana que Francenildo
contara a seu jardineiro
ter recebido depósitos em
dinheiro. No final de julho, o delegado da PF fez
um convite por telefone
para ouvir o senador.
Como Viana não se
prontificou a prestar esclarecimentos, o delegado
mandou um ofício dando
prazo para que ele se manifestasse até 18 de agosto,
o que não ocorreu. O delegado estabeleceu como
nova data o dia 10.
(LEONARDO SOUZA)
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