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Lula diz que lutará para fazer o sucessor e alerta para "tsunamis"
EM SÃO PAULO
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Lula afirmou
ontem no 3º Congresso do PT
que "lutará" para fazer seu sucessor e repetiu que entregará
o cargo no primeiro dia de 2011.
Pela primeira vez, deu uma sinalização de que poderá tentar
voltar em 2014, ao prometer
que, mesmo fora da Presidência, viajará pelo Brasil.
"Lutarei para que o futuro
presidente seja alguém identificado com nosso projeto", declarou. Segundo Lula, os oito
anos de seus dois mandatos
"não podem ser um intervalo
progressista entre governos
conservadores".
Frustrando o desejo da maioria dos cerca de 3.000 petistas
presentes ao plenário, Lula não
deixou claro se defende que o
PT tenha candidato próprio a
presidente. Abriu assim uma
brecha para que o partido apóie
nome de outra sigla de sua base.
"O PT e seus aliados têm nomes, mas sobretudo idéias e legitimidade para ter uma candidatura própria", disse.
Ao final do discurso, tripudiou sobre políticos que, sem
mandato, viajaram para o exterior para fazer cursos, como foi
o caso de seu adversário Geraldo Alckmin (PSDB), que fez
curso de políticas públicas em
Harvard (EUA) após perder a
eleição do ano passado.
Em seguida, falou dos planos
de viajar pelo país. "Vou tentar
continuar a fazer a única coisa
que eu sei e que gosto de fazer."
Foi nas "Caravanas da Cidadania" que Lula preparou as campanhas, nos anos 90.
Ataques à oposição
O discurso foi cheio de estocadas na oposição. Previu que o
governo não navegará eternamente em "águas tranqüilas".
"Ninguém pode deixar de se
lembrar que os nossos adversários não nos deixarão fazer política impunemente. [...] É preciso que estejamos preparados
para os tsunamis que virão."
Em seguida, relembrou a
própria trajetória ao afirmar
que a oposição está sem discurso. "Eu já fui oposição sem discurso, na campanha de 1994."
Naquele ano, Lula foi surpreendido pelo Plano Real e
perdeu uma eleição para a qual
era favorito.
(FZ e JAB)
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