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Prefeito nega a existência do "fundo de reserva"
Auricchio afirma que as acusações são absurdas e foram feitas para prejudicá-lo
DA REPORTAGEM LOCAL
O atual prefeito de São Caetano do Sul, José Auricchio Júnior (PTB), afirma que nunca
ouviu falar em um "fundo de reserva" de obras públicas e lamenta ter de se defender de
acusações absurdas, feitas para
prejudicá-lo politicamente.
"Eu nunca tratei de obras
com empresários. Sou médico.
Quando estava na Secretaria de
Saúde, não cuidava de obras,
minha área era técnica", diz
Auricchio Júnior, que nega ser
amigo de Cressoni.
"Éramos conhecidos, moramos numa cidade pequena. Nos
encontramos por acaso num
cruzeiro que fiz com a minha
família, no final do ano. Ele não
foi comigo. Tinha umas 50 pessoas de São Caetano. Participei
de um aniversário da filha dele,
acho que de 15 anos. Mas ele
convidou todo mundo da prefeitura", diz.
O prefeito afirma que determinou a instalação de uma comissão municipal para apurar
as obras executadas pelo construtor. Pediu ainda a abertura
de um inquérito pela Polícia Civil para apurar a denúncia.
"Posso garantir que sempre
houve licitação na prefeitura.
Não tem como contratar sem
passar por uma concorrência
pública. Agora, se a assinatura
das cartas convites é do Cressoni ou não, isso eu não sei. E, se
não for dele, pode ser de alguém da construtora, não sei."
Auricchio Júnior não é investigado pela Promotoria de Santo André. Como prefeito, ele
tem foro criminal privilegiado e
só pode ser inquirido pelo procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo. Por isso, parte do caso será remetido ao chefe do Ministério Público.
Por meio do advogado José
Luiz Toloza Costa, o engenheiro José Gaino diz desconhecer
qualquer retenção de dinheiro
público em uma conta caução.
Afirma que a polêmica começou depois que Cressoni deixou
de pagar as parcelas de um
apartamento no Guarujá, vendido por Gaino por R$ 90 mil.
O engenheiro, que se licenciou da chefia de Obras recentemente, informou ter recebido apenas R$ 30 mil.
Antonio de Pádua Tortorello,
irmão do prefeito morto em
2004, afirma que o empresário
nunca emprestou dinheiro à
sua família. "Quem conheceu o
meu irmão sabe que ele nem
conversava com empresários."
Pádua diz que nunca recebeu
dinheiro do "fundo de reserva".
"Acho que Cressoni fez duas ou
três obras para a prefeitura
com valores realmente muito
baixos. Eu até o orientei a pedir
indenização, mas não sei se ele
fez isso." Sobre as viagens, afirma: "Eu não viajava com ele. Eu
viajava e ele ia atrás".
Evandro Luiz de Moraes,
funcionário da prefeitura, informou que não iria conversar
com a reportagem.
Em depoimento ao Ministério Público, no último dia 16,
Moraes diz que nunca ficou
com carimbos e papéis da empresa de Cressoni e que pagou,
em parcelas, a viagem de turismo para Fortaleza, que teria sido oferecida pelo empresário.
Funcionário do setor de
Obras, diz ainda que apenas pediu a Cressoni a indicação de
um pedreiro para a reforma de
seu apartamento.
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