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Segurança de Clinton cancela viagem a Foz do Iguaçu
RUI NOGUEIRA
Secretário de Redação da Sucursal de Brasília
RENATA GIRALDI
da Sucursal de Brasília
Os organizadores da visita ao
Brasil do presidente norte-ameri
cano, Bill Clinton, cancelaram a
ida a Foz do Iguaçu. A Folha apu
rou que os serviços de segurança e
de inteligência dos EUA classifica
ram a ida às cataratas, na cidade
paranaense a 637 quilômetros de
Curitiba, como uma visita de "ris
co desnecessário".
Para os organizadores, o presi
dente corria dois riscos: a infra-es
trutura em Foz do Iguaçu, inade
quada na avaliação dos seguranças
para atender a todas as exigências
de logística da comitiva, e a pre
sença de uma numerosa comuni
dade árabe na região que, inevita
velmente, acompanharia a visita
de Clinton e poderia estimular al
gum tipo de conflito.
Os assessores norte-americanos
acham que para a visita a Foz do
Iguaçu seria preciso montar um
esquema de segurança maior do
que o programado para as grandes
cidades que ele vai visitar, Brasília,
Rio e São Paulo.
A proteção ideal teria de seguir
os moldes draconianos do esque
ma de segurança montado em 93
para a visita a Foz do chefe do
Exército de Israel, Ehud Barak.
Com medo que um incidente en
volvendo Barak colocasse em risco
as negociações de paz entre a OLP
(Organização para a Libertação da
Palestina) e o governo de Israel, os
serviços brasileiros de segurança
simplesmente fecharam o acesso
do público às cataratas.
Nas ruas de Foz, ninguém cru
zou com Barak a menos de 300
metros. Todos os lugares por onde
passou foram previamente esva
ziados de qualquer movimento.
Na fronteira entre Foz e Ciudad
del Este (Paraguai) vivem, segun
do Mohamad Baracak, um dos lí
deres da comunidade, cerca de 10
mil árabes e descendentes. Eles co
meçaram a chegar à região na dé
cada de 50 e dominam o comércio
com as colônias chinesa e coreana.
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