São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2000

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PAINEL

Mote de campanha
O slogan "Maluf nunca mais" será a linha de frente da campanha suprapartidária de Marta no segundo turno, caso o pepebista vá para o segundo turno, como acredita o PT. A frase vai ser impressa em adesivos e camisetas da candidata petista.

Vidraça petista
Caso vá para o segundo turno, Maluf só usará questões como aborto e união civil entre homossexuais para atingir Marta em caso de recurso extremo. Considera que perde mais do que ganha com isso. Vai priorizar os ataques violentos ao PT e insistir na tecla da experiência.

Linha ocupada
Assim que soube das pesquisas de boca-de-urna, Eduardo Suplicy telefonou para Erundina, que não o atendeu. Mandou dizer que estava em reunião e que ligava de volta mais tarde.

Afago e paciência
O PT espera o apoio de Erundina. Mas não quer transformá-la na grande eleitora de Marta. O partido já investe sobre as bases eleitorais e os vereadores de PSB e PPS. E toma cuidado para não melindrar a ex-prefeita. As relações andaram tensas no final.

Liderança frustrada
Erundina ingressou no PSB na expectativa de que se tornaria a líder nacional de um novo partido de esquerda, alternativo ao PT. O resultado da eleição praticamente enterra essa esperança.

Frase pronta
Sem Alckmin no segundo turno, Mário Covas deve ironizar o PT quando lhe for pedido o apoio. O argumento já está na ponta da língua: "Vocês passaram a campanha dizendo que eu era o grande peso do Alckmin. Por que, agora, estão atrás da ajuda desse imenso fardo?".

Em nome da carreira
Caso Alckmin não vá ao segundo turno, o PT sabe que os tucanos irão tergiversar muito antes de declarar eventual apoio a Marta. Mas o partido espera que Alckmin apóie a petista no final. A neutralidade diante do malufismo comprometeria o futuro político do vice de Covas.

Espertalhão
Cabo eleitoral de Alckmin, Gugu Liberato abusou no fim-de-semana. Em mais de uma oportunidade, orientou na TV os eleitores a usarem "a cabeça".

O troco do xerife
Tuma vai amanhã a Brasília conversar com ACM e Bornhausen sobre o segundo turno paulistano e a sua própria situação no PFL. O xerife usará a votação que recebeu -expressiva, considerando o histórico do partido em SP- para obter o controle da sigla no Estado.

Canoa alternativa
Na avaliação do senador pefelista, Gilberto Kassab, que controla os diretórios do PFL em SP, apoiou Alckmin nos bastidores. Se não tiver a ajuda de ACM e Bornhausen, Tuma pretende seguir para o PMDB de Quércia.

Conversa antecipada
O PDT-SP acertou há cerca de 15 dias, numa reunião com Hélio Bicudo, vice de Marta, que apoiaria o PT se Erundina não chegasse ao segundo turno. José Batochio, presidente do PDT paulista, vai esperar apenas a candidata do PSB se posicionar para fazer o anunciar público.

Foto de campanha
Santinhos com a foto do padre Marcelo Rossi e do bispo dom Fernando foram distribuídos ontem na boca-de-urna. Em pose ao lado do vereador Miguel Colasuonno (PMDB), da tropa de choque de Pitta na Câmara.

É uma fria
FHC não deve ir dia 18 à inauguração do projeto Costa do Sauípe, um complexo turístico na Bahia tocado pela Odebrecht e a Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. Há cheiro de TRT-SP no ar.

Coalizão mineira
Em Buritis (MG), onde fica a fazenda dos filhos de FHC, o padre José Vicente (PPS) foi reeleito. É simpático aos sem-terra, mas teve o voto até do gerente da fazenda, Wander Gontijo.

TIROTEIO

De Delfim Netto (PPB), sobre o segundo turno da eleição em São Paulo:
- A disputa não será contra Marta. Será contra a tragédia que seria o PT no governo.

CONTRAPONTO
O amigo do Adilson

Paulo Maluf votou logo pela manhã em São Paulo. E voltou, como costuma fazer em dia de eleição, para sua casa, seguido por políticos e correligionários.
Disputando voto a voto com Geraldo Alckmin (PSDB) a ida para o segundo turno, Maluf passou o dia entre apreensivo e eufórico. A todo instante, se dirigia ao portão para falar com os repórteres ali presentes.
No meio da tarde, perto do encerramento da votação, o ex-prefeito grudou no telefone. Passou ele mesmo a ligar para vários jornalistas, a fim de saber as projeções da boca-de-urna.
Mesmo ansioso, o pepebista não perdeu o humor. A cada telefonema, dizia ao interlocutor:
- Alô, aqui quem fala é o amigo do Adilson...
- Mas que Adilson?
- O Adilson Laranjeira. Aqui é o doutor Paulo -respondia Maluf, gargalhando, referindo-se a seu assessor de imprensa.


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