São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2000

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PFL
Senador analisa todas as hipóteses
Tuma afirma que não descarta apoio ao PT

JOÃO BATISTA NATALI
JULIA DUAILIBI

DA REPORTAGEM LOCAL

O senador Romeu Tuma, candidato do PFL, chegou a cogitar ontem o apoio a Marta Suplicy (PT) no segundo turno da eleição.
"Por que não posso cogitar o apoio a Marta? Vale a pena analisar todas as hipóteses. Mas não posso rejeitá-la. Ela tem 40% nas pesquisas de boca-de-urna".
O senador observou ainda: "Todos vão querer me namorar agora. Sou um bom eleitor".
Tuma frisou que o candidato que terá seu apoio será aquele que tiver como prioridade a periferia de São Paulo, mas disse que a decisão será discutida com o PFL. Ele deixou claro que sua opinião deve ser seguida pelos membros do PFL, já que ele é um líder do partido em São Paulo: "Minha voz vai ter que ser ouvida".
Durante o dia, de forma indireta ou velada, Romeu Tuma já expressava o pressentimento de que não disputaria o segundo turno com Marta Suplicy (PT).
Ao ser indagado por volta das 8h50 se ele não estaria sendo vitimado pela transferência de votos para a candidatura de Paulo Maluf (PPB), Tuma se pôs a fazer críticas ao voto útil, num apelo velado para que isso não ocorresse.
O Datafolha, nas últimas pesquisas, apontou oscilação para baixo de três pontos de sua candidatura, com paralela oscilação para cima da candidatura de Maluf.
Pouco depois, numa das sete entrevistas que daria no período da manhã, o concorrente pefelista teve novo lapso: "Quem for eleito prefeito não pode esquecer da periferia", disse ele, como se já estivesse fora da disputa.
Ele próprio e assessores discorreram ao longo do dia sobre os prejuízos que sofreram pelo fato de adversários terem supostamente manipulado pesquisas. E, como último sintoma, Tuma deixou por duas vezes claro que o seu apoio a um dos finalistas seria uma questão a ser discutida dentro do PFL. Para efeitos externos, a retórica foi obviamente outra. "Está provado que sou o mais capaz de derrotar a Marta", dizia.
A rotina dominical de Tuma foi tranquila. Ele votou às 10h45 na 83ª seção da 258ª zona eleitoral, instalada na Escola Estadual Alberto Levy, em Indianópolis.
Estava acompanhado de sua mulher Zilda. Chegou a digitar os cinco números de seu candidato a vereador, rememorados com a ajuda de uma cola feita na capa do talão de cheque que transportava, dobrado, no bolso direito do paletó. Mas não disse em quem votou.
Pouco antes esteve no Santuário São Judas Tadeu. Sua chegada alvoroçou a rotina da missa. E foi bem no momento em que uma leiga lia mensagem episcopal segundo a qual "a Igreja não tem partido ou candidato". Tuma comprou cinco velas, "uma para cada um de meus filhos e outra para mim", e, depois de acendê-las, ofereceu cafezinho e empadas aos assessores e repórteres. O candidato pefelista também passou pelo Esporte Clube Sírio.


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