|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PFL
Senador analisa todas as hipóteses
Tuma afirma que não descarta apoio ao PT
JOÃO BATISTA NATALI
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O senador Romeu Tuma, candidato do PFL, chegou a cogitar ontem o apoio a Marta Suplicy (PT)
no segundo turno da eleição.
"Por que não posso cogitar o
apoio a Marta? Vale a pena analisar todas as hipóteses. Mas não
posso rejeitá-la. Ela tem 40% nas
pesquisas de boca-de-urna".
O senador observou ainda: "Todos vão querer me namorar agora. Sou um bom eleitor".
Tuma frisou que o candidato
que terá seu apoio será aquele que
tiver como prioridade a periferia
de São Paulo, mas disse que a decisão será discutida com o PFL.
Ele deixou claro que sua opinião
deve ser seguida pelos membros
do PFL, já que ele é um líder do
partido em São Paulo: "Minha
voz vai ter que ser ouvida".
Durante o dia, de forma indireta
ou velada, Romeu Tuma já expressava o pressentimento de que
não disputaria o segundo turno
com Marta Suplicy (PT).
Ao ser indagado por volta das
8h50 se ele não estaria sendo vitimado pela transferência de votos
para a candidatura de Paulo Maluf (PPB), Tuma se pôs a fazer críticas ao voto útil, num apelo velado para que isso não ocorresse.
O Datafolha, nas últimas pesquisas, apontou oscilação para
baixo de três pontos de sua candidatura, com paralela oscilação para cima da candidatura de Maluf.
Pouco depois, numa das sete
entrevistas que daria no período
da manhã, o concorrente pefelista
teve novo lapso: "Quem for eleito
prefeito não pode esquecer da periferia", disse ele, como se já estivesse fora da disputa.
Ele próprio e assessores discorreram ao longo do dia sobre os
prejuízos que sofreram pelo fato
de adversários terem supostamente manipulado pesquisas. E,
como último sintoma, Tuma deixou por duas vezes claro que o seu
apoio a um dos finalistas seria
uma questão a ser discutida dentro do PFL. Para efeitos externos,
a retórica foi obviamente outra.
"Está provado que sou o mais capaz de derrotar a Marta", dizia.
A rotina dominical de Tuma foi
tranquila. Ele votou às 10h45 na
83ª seção da 258ª zona eleitoral,
instalada na Escola Estadual Alberto Levy, em Indianópolis.
Estava acompanhado de sua
mulher Zilda. Chegou a digitar os
cinco números de seu candidato a
vereador, rememorados com a
ajuda de uma cola feita na capa do
talão de cheque que transportava,
dobrado, no bolso direito do paletó. Mas não disse em quem votou.
Pouco antes esteve no Santuário
São Judas Tadeu. Sua chegada alvoroçou a rotina da missa. E foi
bem no momento em que uma
leiga lia mensagem episcopal segundo a qual "a Igreja não tem
partido ou candidato". Tuma
comprou cinco velas, "uma para
cada um de meus filhos e outra
para mim", e, depois de acendê-las, ofereceu cafezinho e empadas
aos assessores e repórteres. O
candidato pefelista também passou pelo Esporte Clube Sírio.
Texto Anterior: Para pepebista, esta eleição é a mais difícil Próximo Texto: PSB: Erundina acreditava em virada nas urnas Índice
|