São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2000

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SANTOS
Telma de Souza (PT), que já foi prefeita, e Beto Mansur (PPB), que é o atual, tentam provar quem fez a melhor administração para conquistar indecisos na reta final da eleição
Comparação de governos decide 2º turno

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

A comparação entre dois projetos políticos e administrativos radicalmente opostos deverá nortear a batalha pela Prefeitura de Santos (SP) no segundo turno entre a deputada federal Telma de Souza (PT) e o atual prefeito, Beto Mansur (PPB).
Segundo o TRE, que terminou a apuração ontem à noite em Santos, Telma teve 43,75% dos votos dos santistas; Beto Mansur disputa com ela o segundo turno com 37,79%.
Os dois candidatos concordam que vencerá a eleição aquele que conseguir convencer a parcela de indecisos a respeito de qual governo obteve os melhores resultados -o da petista (88-92) ou o do pepebista (97-2000).
No hiato entre as duas administrações, governou David Capistrano (93-96), do PT, eleito com o apoio de Telma, mas com quem ela posteriormente rompeu.
"Eu sempre disse que teríamos dois turnos", afirmou Mansur.
"Agora, vamos comparar nossos três anos e oito meses com os oito anos de PT. A população quer saber de resultado, de obras."
"Além da comparação, haverá também um debate acerca da credibilidade. Vamos mostrar as diferenças de postura em relação à coisa pública entre a Telma e o prefeito, que tem raízes malufistas", disse Fábio Barbosa, coordenador da campanha candidata petista.

Apoio tucano
Na composição das alianças, Telma de Souza dá como certo o apoio do tucano Edmur Mesquita, o mais contundente crítico do governo Mansur durante a campanha.
Mesquita fez várias denúncias contra o prefeito, entre as quais as de ter triplicado a dívida do município e a de ter recebido dezenas de telefonemas do ex-juiz foragido Nicolau dos Santos Neto, acusado do desvio de R$ 169 milhões da obra do TRT paulista.
Todas as acusações são negadas por Mansur. Por conta disso, o prefeito aposta num acordo entre as cúpulas estaduais do PPB e do PSDB com o objetivo de conquistar o apoio ou, no mínimo, uma declaração de neutralidade dos tucanos, a exemplo do que ocorreu em 96. Ele disse que hoje mesmo pretende procurar o governador Mário Covas (PSDB) para tratar do assunto.
Se essa estratégia não der resultado, o pepebista deverá atrair somente Vicente Cascione (PTB), que teve 10,37% dos votos e é um opositor radical do petismo.


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