São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2000

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RIO BRANCO
Delegado acredita que notas seriam usadas para compra de votos
Dinheiro é apreendido em comitê

SOLANO NASCIMENTO
ENVIADO ESPECIAL A RIO BRANCO

Duas sacolas com dinheiro e material de propaganda eleitoral foram apreendidas ontem à tarde no comitê de campanha do vereador Carlos Beiruth (PMDB), candidato à reeleição em Rio Branco. Havia notas de R$ 5, R$ 10 e R$ 50. As notas somavam R$ 26.430.
Segundo o delegado da Polícia Civil que fez a apreensão, Walter Prado, o dinheiro provavelmente seria usado na compra de votos. Dois homens que estavam com o dinheiro foram detidos em flagrante e levados à Polícia Federal. Eles não quiseram falar com os jornalistas. Beiruth não foi encontrado em sua clínica nem no comitê do PMDB.

Plantão
Seis procuradores eleitorais promoveram um plantão nas 48 horas que antecederam as eleições para tentar impedir crimes eleitorais.
Na madrugada de ontem, foi apreendido um computador que estava sendo usado para cadastrar eleitores, supostamente para permitir a conferência depois do número de votos em seções. "Aqui há uma tradição de compra de votos", disse a promotora eleitoral Alessandra Garcia Marques.
Em vistoria feita em conjunto com a Polícia Federal na casa de Gisélia Nascimento (PMDB), presidente da Câmara e candidata à reeleição, foram encontrados formulários para cadastramento de eleitores.
Promotores e policiais foram rigorosos na fiscalização da propaganda de boca-de-urna. Até o meio da tarde, mais de 100 pessoas já haviam sido detidas.
A previsão de confrontos entre militantes do PT e do PMDB, que levou a Justiça Eleitoral a requisitar tropas federais, não se confirmou. Houve discussões e pequenos tumultos, mas até pouco antes do encerramento da votação não havia ocorrido nenhum grande enfrentamento.

Suspeita de fraude
Eleitores foram impedidos de votar ontem em Porto Acre, a 57 km de Rio Branco. Eles são suspeitos de participação em uma fraude na transferência de títulos eleitorais para o município. A proibição atingiu eleitores que transferiram este ano o título de Rio Branco para Porto Acre, mas que ontem não apresentaram comprovante de residência aos mesários.
Segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Porto Acre tinha no ano passado 7.770 moradores. Os cadastros da Justiça Eleitoral mostraram, no entanto, que em maio deste ano o município possuía 8.020 eleitores.
Em Feijó (370 km da capital), um vereador foi detido depois de duas pessoas apresentarem notas de R$ 10 que teriam recebido dele em troca de votos.


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