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Derrotado, Brizola agora disputa PDT
DA SUCURSAL DO RIO
Ao lançar sua campanha à Prefeitura do Rio, Leonel Brizola,
fundador, presidente nacional,
regional e municipal do PDT, disse que enfrentava sua última batalha eleitoral. Uma batalha com
duas trincheiras: a eleição e a disputa pelo controle do PDT com o
governador Anthony Garotinho.
Eleitoralmente, o ex-governador sofreu derrota nas urnas, ficando em quarto lugar no Rio, cidade que foi seu reduto eleitoral.
Não que se possa decretar a
morte política de Brizola, que, exibindo vigor aos 78 anos, subiu favelas e pedalou durante a campanha. Mais de uma vez ele se comparou a um "cavalo inglês", que
vai "morrer na cancha".
Mas esta eleição aprofunda a
perda de importância eleitoral do
ex-governador. Nos últimos 11
anos, ele perdeu quatro das cinco
eleições que disputou: além desta,
duas como candidato a presidente (89 e 94) e uma como vice-presidente (em 1998).
Até 1989, Brizola não conhecera
derrota nas urnas -que o haviam consagrado deputado estadual (RS), duas vezes deputado
federal, prefeito de Porto Alegre e
governador gaúcho e do Rio.
Perdida a batalha das urnas, Brizola se dedica agora a um front:
evitar a ascensão de Garotinho,
que, como maior expoente do
PDT, sonha em herdar a estrutura
do partido. Ele já disse que prefere
acabar com o partido a entregá-lo
"nas mãos desse garoto".
Curiosamente, Garotinho e Brizola têm certas afinidades no discurso e na prática política. Os dois
usaram o rádio para atingir a opinião pública. Foram radialistas e
tiveram programas próprios.
Além disso, a religião é componente fundamental na construção
da personagem político de ambos, embora de forma diferente.
Educado por um pastor metodista, Brizola aprendeu a falar em
público lendo as rezas no culto.
Garotinho, que se tornou evangélico após um acidente de carro
em 1994, lida de forma diferente
com a religião. Ela faz parte do seu
projeto político.
Ele costuma dizer que, seja no
interior do país ou em uma favela,
é mais fácil encontrar uma igreja
evangélica do que um partido organizado. "E quem fala para esse
público?", costuma perguntar
sorrindo.
(LAR)
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