WAGNER OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Em um resultado impensável há alguns meses, a eleição em Curitiba foi para o segundo e deverá se tornar em um grande plebiscito sobre a continuidade do grupo político do governador Jaime Lerner (PFL).
O prefeito Cássio Taniguchi, candidato do PFL de Lerner, conseguiu 43,97% dos votos válidos. Angelo Vanhoni, do PT, amealhou 35,37%, o maior patamar de seu partido em um primeiro turno na cidade -nunca passava da casa dos 10%.
A existência do segundo turno já traz uma derrota para Lerner. De todo modo, caso seja aprovado nas urnas na segunda disputa, o grupo pefelista terá maior possibilidade de eleger o sucessor do governador e criar condições favoráveis para Lerner influir no plano nacional nas eleições de 2002.
Uma vitória de Vanhoni, porém, causará enormes dificuldades nas pretensões do governador paranaense, que terá concorrendo diretamente na disputa estadual arqui-rivais como os senadores Roberto Requião (PMDB) e Álvaro Dias (PSDB).
"É um momento em que se faz uma avaliação de tudo o que acontece e acho que durante toda a minha vida mostrei coerência nas propostas que apresentei em respeito as pessoas desta cidade", afirmou o governador, antes de votar.
Após a desistência do senador Roberto Requião de disputar a eleição municipal, ninguém dentro do PFL paranaense acreditava na possibilidade de os partidos de oposição, principalmente o PT, forçarem uma segunda disputa.
Contava-se a favor do prefeito a aprovação da administração municipal por cerca de 70% dos moradores de Curitiba, capital na qual as últimas três eleições foram vencidas em primeiro turno pelo grupo do governador.
Taniguchi declarou não saber ainda o caminho que sua campanha irá tomar. "Vamos pensar com calma e estudar os rumos. Segundo turno, tudo é diferente", afirmou.
Uma das primeiras decisões será sobre a presença de Lerner na campanha -por orientação de marqueteiros do PFL, o governador só apareceu no horário eleitoral no final da campanha.
Já Vanhoni tem o discurso pronto. "O que marca nossa campanha são as propostas objetivas de administração transparente e a renovação. Eu acho que o grupo que dirige a cidade há 30 anos não apresenta mais uma capacidade do ponto de vista de trazer uma perspectiva nova para a nossa cidade", afirmou.
Em Curitiba, 54 pessoas foram detidas pela Justiça eleitoral. Depois de prestarem depoimentos, elas foram liberadas.
Em Guarapuava, a juíza Cristine Bittencourt determinou que as cinco emissoras de rádio da cidade ficassem fora do ar das 19h de sábado às 17h de ontem. A juíza afirmou que as emissoras estavam fazendo propaganda ilegal para os candidatos à prefeitura.


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