São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2000

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PORTO ALEGRE
Pedetista tenta apoio de Yeda Crusius e PMDB para segunda etapa
Tarso e Collares vão fazer 2º turno

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
LÉO GERCHMANN

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Porto Alegre terá segundo turno, opondo Tarso Genro (PT), que fez 48,72 % (381.117 votos), a Alceu Collares (PDT), que teve 20,07% (157.015 votos).
Collares buscará hoje o apoio de Yeda Crusius (PSDB), Germano Bonow (PFL) e Cézar Busatto (PMDB) que, somados, obtiveram dos 28,85% dos votos. Yeda, a terceira colocada na classificação geral, disse que o conselho político de sua coligação, também integrada por PPB e PSDC, se reúne hoje para decidir o assunto.
"O PSDB não pode aceitar nem pactuar com uma política que promove o conflito", declarou ela, em uma alusão crítica ao PT.
Os militantes do PDT festejaram a ida de Collares ao segundo turno. A comemoração contou com bandeiras do PSDB e do PMDB.
O resultado do TRE enfrentou um problema no final da totalização, o que obrigou a contagem "cantada" de uma urna.
Tarso e Collares se manifestaram, por volta das 22h, antes mesmo da divulgação do resultado oficial.
"Todos os elementos indicam que haverá segundo turno, que vamos enfrentar de cabeça erguida. O segundo turno não é problema nem acarreta desânimo. Enfrentamos 11 candidatos (no primeiro). Houve uma dispersão política e ideológica. A metade da cidade escolheu um candidato", disse Tarso, referindo-se ao seu desempenho.
Collares afirmou que irá mostrar "aos ricos e à classe média que o PT quer pegar os bens deles". Ele criticou a "soberba e a radicalização" do PT. O pedetista disse que Tarso estava "zombando" dos adversários durante a campanha, pois achava que iria ganhar já no primeiro turno o quarto mandato consecutivo para o PT. "Foi um triste espetáculo para a democracia no Brasil".
Acompanhado do governador Olívio Dutra e do prefeito de Porto Alegre, Raul Pont, seus correligionários, Tarso votou, às 8h35, na Escola Santos Dumont, no bairro Assunção (zona sul).
Demonstrando otimismo, o candidato disse acreditar que ganharia a eleição no primeiro turno. Ao ser questionado sobre seu voto para vereador, hesitou antes de responder que havia votado "na legenda".
Tarso, que depois se deslocou pela cidade, visitando emissoras de rádio, ficou entusiasmado com a presença de militantes petistas nas ruas, carregando bandeiras e distribuindo panfletos aos eleitores. A mobilização foi comparável à de eleições anteriores em alguns bairros da capital.
Collares, 73, também votou pela manhã, na Escola Leopoldo Tietbohl, no bairro Petrópolis (zona leste), mesmo local de votação da candidata do PSDB. Ex-governador e ex-prefeito, Collares disse que sentia o mesmo entusiasmo do início de sua carreira política.
O candidato do PDT demorou atrás da cabine de votação, fazendo gestos alusivos a uma vitória. Referindo-se a si próprio, disse que seu voto foi para o "melhor candidato" a prefeito da cidade.
Mais tarde, quando foi almoçar na churrascaria Barranco, Collares encontrou o candidato do PMDB, Cézar Busatto, a quem cumprimentou. Na campanha, os dois se uniram nos ataques contra Tarso. Collares já mostrava querer atrair o apoio de Busatto em um eventual segundo turno.


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