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São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2003

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Lula reclama de falta de unanimidade

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Num desabafo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que "uma das coisas mais difíceis em política é a unanimidade". A declaração foi feita um dia depois de sua reunião com os governadores, que terminou sem acordo sobre a reforma tributária.
"Vocês sabem que aprovar uma lei neste país é fácil. É só ter maioria no Senado e na Câmara e a gente aprova. Mas, muitas vezes, você faz uma lei que debate a disponibilidade de recursos, e as coisas não acontecem como a gente gostaria e como está na própria lei", afirmou. "Na política, as coisas nunca acontecem como a gente deseja. Acontecem sempre como é possível acontecer."
Segundo Lula, muitos passam o ano inteiro pensando em comprar um presente para o neto e não conseguem. Acabam obrigadas a deixá-lo para o ano seguinte: "Na política também é assim". Ele fez essas observações de improviso após sancionar o Estatuto do Idoso, no Planalto. O presidente misturou considerações políticas com reflexões sobre a velhice.
Afirmou que, ao fazer 50 anos, percebeu que tinha menos tempo pela frente do que o que já tinha vivido e resolveu tornar mais prazeroso o tempo que ainda tem. "Se eu tenho menos tempo, tenho de vivê-lo da forma mais gostosa, mais saborosa e mais motivadora. A gente não mede a nossa passagem pela Terra pela quantidade de anos que vive, mas pela qualidade dos prazeres que teve."
"Quando eu tinha 20 anos, nunca pensei em ter 50. Parecia tão longe. Eu achava tão difícil chegar aos 50 anos, mas já vou completar 58 neste mês. Eu quero chegar aos 80, aos 90. E, se Deus for generoso comigo e me fizer chegar aos cem, será muito bom." Disse ainda que, quando vê a novela "Mulheres Apaixonadas", sente vontade de "dar umas palmadas" na personagem Dóris (vivida por Regiane Alves), pelo jeito desrespeitoso com que trata os avós Flora e Leopoldo (Carmem Silva e Osvaldo Louzada). (WILSON SILVEIRA)


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