DO PAINEL, EM BRASÍLIA

Após oito horas de duras e tensas negociações sobre reforma tributária, Lula conseguiu acalmar os governadores anteontem à noite, em uma descontraída sessão do filme "Seja o que Deus Quiser", do diretor Murilo Salles, no Alvorada.
Os convidados beberam uísque na entrada e, no jantar, comeram salmão e filé mignon acompanhados de vinho. Na sobremesa, frutas e doces. Em seguida, ofereceu charutos que trouxe de Cuba.
"O salmão estava ótimo. Mas o melhor foi o charuto cubano. Não é todo dia que você pode fumar um charuto tão bom. Ainda mais ao lado do presidente", disse Ronaldo Lessa (PSB-AL).
O jantar reuniu 18 governadores, José Dirceu e Frei Betto. Sobrou pouco tempo para falar de política. O assunto preferido foi cultura e cinema nacional, embora o filme tenha feito pelo menos dois convidados dormirem.
O principal discurso da noite foi da atriz Marília Pêra. Ela disse que um dos momentos mais emocionantes de sua vida foi quando leu na imprensa uma entrevista em que Lula dizia que ela era sua atriz favorita. Marília fez uma autocrítica de seu apoio a Fernando Collor na eleição de 1989: "Agora vejo que o Lula faz um belo trabalho".
A primeira-dama, Marisa Letícia, cuidou do cardápio e da decoração. Ela fez questão de dizer a Lúcio Alcântara (PSDB-CE) que a mesa estava decorada com flores produzidas no Ceará.
Lula vestia calça branca e camisa "guayabera", típica do Caribe. Sua informalidade contagiou os governadores. Os poucos que foram de terno tiraram a gravata e ficaram só de camisa. (OTÁVIO CABRAL)


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