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Presos dividem cela com acusados do propinoduto
DA SUCURSAL DO RIO
Oito das 13 pessoas detidas por
suspeita de envolvimento em
fraudes na Receita Federal e no
INSS do Rio compartilham desde
segunda-feira uma cela da carceragem especial do Ponto Zero, na
zona norte do Rio, com 12 réus do
processo sobre o chamado "propinoduto" -suposta rede de corrupção envolvendo fiscais estaduais e auditores federais.
O advogado de um dos suspeitos disse que, na noite de anteontem, a cela para 80 detentos "parecia um salão de festas". Os detidos
assistiram televisão, conversaram
e riram.
Segundo o relato do advogado,
policiais presos cantaram hinos
de clubes e músicas de torcida para o ex-presidente do Flamengo
Edmundo Santos Silva, um dos
detidos anteontem. O Ponto Zero,
no bairro de Benfica, abriga presos com curso superior e policiais.
Além de Santos Silva, estão na
cela desde segunda-feira os auditores federais Wallace Ferreira de
Carvalho, Manoel Soares da Paz e
Dílson Cupertino da Silva Filho. O
auditor Fernando Velho, que foi
detido anteontem e também estava no Ponto Zero, foi considerado
isento de suspeita e libertado no
início da noite de ontem.
Mais três auditores detidos ontem (Cláudio Fernandes de Souza, André Vieira Alves e Antônio
Vieira de Oliveira Sobrinho) e um
despachante, Rafael Peres Borges
Júnior, foram levados para o Ponto Zero. Em depoimento à Justiça
Federal, todos negaram participação nas supostas fraudes. Seus advogados qualificaram as prisões
como "arbitrárias".
Segundo o advogado do empresário e ex-presidente do Flamengo Edmundo dos Santos Silva,
Nabil Kardous, seu cliente está
"deprimido" e quase não comeu
no almoço servido no Ponto Zero.
O advogado disse que há cerca
de 80 presos, na sala de cerca de 10
m2 onde está Silva. Os cinco presos foram visitados anteontem
apenas por seus advogados, mas
hoje poderão receber familiares.
As duas mulheres presas estariam em melhores condições. A
despachante Ana Cláudia Amaral
de Andrade e a auditora fiscal do
Tesouro Nacional Sandra Regina
Pimentel dividem, segundo um
policial, um alojamento de 10 m2
com outras duas presas.
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