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São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2003

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Presos dividem cela com acusados do propinoduto

DA SUCURSAL DO RIO

Oito das 13 pessoas detidas por suspeita de envolvimento em fraudes na Receita Federal e no INSS do Rio compartilham desde segunda-feira uma cela da carceragem especial do Ponto Zero, na zona norte do Rio, com 12 réus do processo sobre o chamado "propinoduto" -suposta rede de corrupção envolvendo fiscais estaduais e auditores federais.
O advogado de um dos suspeitos disse que, na noite de anteontem, a cela para 80 detentos "parecia um salão de festas". Os detidos assistiram televisão, conversaram e riram.
Segundo o relato do advogado, policiais presos cantaram hinos de clubes e músicas de torcida para o ex-presidente do Flamengo Edmundo Santos Silva, um dos detidos anteontem. O Ponto Zero, no bairro de Benfica, abriga presos com curso superior e policiais.
Além de Santos Silva, estão na cela desde segunda-feira os auditores federais Wallace Ferreira de Carvalho, Manoel Soares da Paz e Dílson Cupertino da Silva Filho. O auditor Fernando Velho, que foi detido anteontem e também estava no Ponto Zero, foi considerado isento de suspeita e libertado no início da noite de ontem.
Mais três auditores detidos ontem (Cláudio Fernandes de Souza, André Vieira Alves e Antônio Vieira de Oliveira Sobrinho) e um despachante, Rafael Peres Borges Júnior, foram levados para o Ponto Zero. Em depoimento à Justiça Federal, todos negaram participação nas supostas fraudes. Seus advogados qualificaram as prisões como "arbitrárias".
Segundo o advogado do empresário e ex-presidente do Flamengo Edmundo dos Santos Silva, Nabil Kardous, seu cliente está "deprimido" e quase não comeu no almoço servido no Ponto Zero.
O advogado disse que há cerca de 80 presos, na sala de cerca de 10 m2 onde está Silva. Os cinco presos foram visitados anteontem apenas por seus advogados, mas hoje poderão receber familiares.
As duas mulheres presas estariam em melhores condições. A despachante Ana Cláudia Amaral de Andrade e a auditora fiscal do Tesouro Nacional Sandra Regina Pimentel dividem, segundo um policial, um alojamento de 10 m2 com outras duas presas.


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