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BAHIAGATE
Pefelista diz que confia no STF
Fonteles vê provas "fortes" contra ACM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador-geral da República, Claudio Fonteles, disse estar
convencido de que os depoimentos citados na denúncia criminal
contra o senador Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA) são provas
"eloquentemente fortes" da ligação dele com gravações telefônicas ilegais feitas pela Secretaria de
Segurança Pública da Bahia.
Na denúncia, oferecida nesta semana ao STF (Supremo Tribunal
Federal), ele citou declarações
contra o senador prestadas à Polícia Federal pela ex-namorada de
ACM Adriana Barreto e pelo marido dela, Plácido de Faria, e
transcreveu trechos do depoimento do jornalista Luiz Cláudio
Cunha, da revista "IstoÉ".
Segundo Fonteles, Adriana Barreto e o marido atribuíram o
grampo em seus telefones a
"questões estritamente pessoais,
de cunho afetivo entre Antonio
Carlos Magalhães e Adriana".
Já Luiz Claudio Cunha teria dito
à PF que ouviu do senador a afirmação de que mandara grampear
o telefone do deputado Geddel
Vieira Lima (PMDB-BA), que é
seu inimigo político. "As provas
testemunhais são suficientes. Se
eu não achasse isso, não teria denunciado."
Fonteles denunciou ACM, a ex-secretária de Segurança Pública
Kátia Alves, o delegado Valdir
Barbosa e o assessor da secretaria
Alan Farias, acusando-os de formação de quadrilha e crime de escuta telefônica ilegal. Para ele, o
senador foi o "mandante".
O procurador-geral contestou a
afirmação de ACM de que a iniciativa de denunciá-lo se confrontaria com o parecer emitido em
junho por seu antecessor, Geraldo Brindeiro, favorável ao arquivamento de investigação sobre o
caso. Fonteles disse que Brindeiro
emitiu parecer em relação a documentos produzidos por apuração
do Conselho de Ética do Senado e
remetidos ao STF. Já a denúncia
dele está fundamentada no inquérito da PF. "O único inquérito
policial que existe é esse."
Uma norma do Código de Processo Penal exige o surgimento de
um fato novo para que uma investigação seja reaberta depois de
seu arquivamento. O procurador-geral disse que essa exigência não
tem aplicação ao caso porque o
seu antecessor arquivou outra
apuração.
Segundo Fonteles, o segredo de
Justiça, decretado para a tramitação do inquérito, deverá ser suspenso no momento em que ele for
transformado em ação penal. Isso
ocorrerá se os 11 ministros do STF
aceitarem a denúncia.
Outro lado
A Folha não conseguiu falar
com o senador baiano ontem.
Anteontem, ACM informou, por
meio de sua assessoria de imprensa, que confia no julgamento "independente" do STF. Valdir Barbosa afirmou que só se pronunciaria depois de ser notificado pela Justiça. Os outros envolvidos
não foram encontrados para comentar a denúncia de Fonteles ao
STF.
(SILVANA DE FREITAS)
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