São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2008

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Após pesquisa, alckmistas negociam união com Kassab para o segundo turno

ANA FLOR
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

Ainda que o tucano Geraldo Alckmin tenha imprimido ontem um ritmo ainda mais acelerado a sua campanha, com a esperança de chegar ao segundo turno, o grupo que até agora deu sustentação ao ex-governador já começou a discutir os termos de uma aproximação com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM).
Na noite da segunda-feira, o presidente do PSDB municipal, José Henrique Reis Lobo, que "bancou" a candidatura Alckmin, iniciou conversas com o também tucano, porém kassabista, Walter Feldman, secretário municipal de Esportes, sobre a possibilidade de aliança no segundo turno.
Segundo a Folha apurou, tanto Lobo quanto Feldman entenderam que a formação de uma chapa anti-PT deve estar acima das rusgas do primeiro turno. A idéia é utilizar o governador José Serra (PSDB) como articulador da aliança que una o grupo de Alckmin aos tucanos kassabistas e a Kassab.
Os alckmistas, no entanto, recusaram, ao menos até a noite de ontem, conversas sobre o segundo turno, ainda acreditando que Alckmin tem chance de passar pelo primeiro turno.
No dia em que a pesquisa Datafolha o consolidou em terceiro lugar -fora do segundo turno-, Alckmin cumpriu sua mais longa agenda de campanha nas ruas e prometeu 14 horas de corpo-a-corpo nos próximos dias, até o domingo.
Ontem, ele percorreu 50 km em carreatas e caminhadas pela zona leste. Ao falar da pesquisa, o candidato avaliou que é possível recuperar a diferença. "A eleição que vale é no dia 5."
Pesquisa Datafolha divulgada ontem mostrou o crescimento do prefeito, que está com 27% -oito pontos à frente de Alckmin. Dentro da campanha tucana, a divulgação dos resultados foi vista como "danosa" à campanha de rua.
"Agora é rua, rua, rua", disse. Pela manhã, o PSDB montou uma operação de guerra. Levou às ruas, ao lado de Alckmin, o deputado federal José Aníbal, Edson Aparecido, a mulher e a filha do candidato para panfletagem na Radial Leste e carreatas e caminhadas na região.
O tucano avaliou que o fim da propaganda na TV será positivo para sua campanha, por ter menos tempo que os concorrentes. No início da tarde, ele voltou aos estúdios para gravar um trecho novo para o programa da noite -o último do primeiro turno. No adendo, prometeu, como já fizeram Marta Suplicy e Kassab, reduzir o ISS (Imposto Sobre Serviços).
À tarde e à noite, na TV, Alckmin se despediu ao lado da mulher, Lu, de dois filhos e do genro. Ele, que disse estar numa "disputa muito acirrada", fez um apelo para que o eleitor "voltasse um pouco no tempo" para comparar a trajetória dele com a de Kassab. "Sei que existem muitas dúvidas na sua cabeça por conta da propaganda maciça do prefeito, que vendeu a imagem de que é o candidato do PSDB, o que não é verdade."
Ao falar com a imprensa durante o dia, Alckmin fez críticas à administração atual na área de trânsito e transporte.


Colaborou MICHELE OLIVEIRA , da Redação


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