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SÃO PAULO
Presidente nacional do PT evita admitir erros na campanha e diz que perder em cidades importantes não terá impacto em 2006
Preconceito derrotou Marta, afirma Genoino
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente nacional do PT, José Genoino, atribuiu as derrotas
de Marta Suplicy, em São Paulo, e
de Raul Pont, em Porto Alegre, a
uma "frente anti-PT", com "críticas e preconceitos" dirigidos aos
candidatos petistas e ao partido.
Ele poupou Marta, mas admitiu
que "os adversários foram mais
eficientes em explorar aspectos
que não soubemos derrotar".
Explorada pelos petistas como
um fator positivo, a nacionalização das campanhas municipais
não foi abordada por Genoino.
Em São Paulo, por exemplo, a
prefeita tentou colar sua imagem
à do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, afirmando que a cidade
ganharia com a dobradinha.
Para Genoino, as derrotas do PT
em cidades importantes não terão
impacto nas eleições de 2006.
Mesmo evitando admitir erros
na condução das campanhas, sobretudo na de Marta, o presidente
do PT disse que "estratégias devem ser discutidas". Ele também
poupou a coordenação da campanha da prefeita, mas avaliou
que um dos aspectos que deve ter
"atenção especial" é a discussão
sobre políticas para a saúde.
Esse tema, segundo ele, dominou os debates em cidades como
São Paulo, Porto Alegre, Osasco,
Diadema e Curitiba. Na capital
paulista, Marta chegou a admitir
que não fez o suficiente na área.
Ao não apontar erros na condução da campanha de Marta, Genoino evitar reforçar as divergências entre dirigentes nacionais e
municipais do partido. Petistas do
governo federal criticam lideranças paulistanas por praticamente
os excluírem da campanha.
Segundo o presidente do PT, a
sigla "não foi eficiente para derrotar a frente que se formou contra a
legenda e seus candidatos". "A
campanha foi muito mais contra
o PT do que contra projetos do
partido, que deverão ser mantidos pelos vencedores." Essa ênfase em fatores externos se encaixa
na estratégia de poupar petistas.
Genoino também disse estar
convencido de que é necessário
ampliar as alianças no segundo
turno. Em São Paulo, Marta só teve o apoio de Francisco Rossi
(PHS) e Paulo Maluf (PP), este
criticado por setores do partido,
inclusive pela própria prefeita.
O presidente petista criticou
ainda a "neutralidade de alguns
partidos, que foi pró-adversários". Embora não tenha citado
nomes, se encaixam na descrição
o PSB de Luiza Erundina e o
PMDB, que se disseram neutros
no segundo turno em São Paulo.
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