São Paulo, domingo, 02 de novembro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Palanques em série

Se a crise permitir, Dilma Rousseff terá um cardápio de 115 obras do PAC saindo do forno até outubro de 2010, segundo previsão do governo no mais recente balanço do programa. Juntas, somam investimentos de R$ 52,58 bi. Pelo cronograma, 10 serão concluídas ainda neste ano, 42 em 2009 e 63 no ano da eleição- destas, 38 em plena campanha.
Em 2009, devem entrar em operação o gasoduto Coari-Manaus, o campo de gás de Mexilhão e cinco portos. No segundo semestre de 2010, no meio da temporada de propaganda eleitoral, ficam prontas as obras do Complexo do Alemão, no Rio, e o eixo leste da transposição do rio São Francisco.




Turbina. Identificada com a área de energia, a ministra da Casa Civil deverá inaugurar duas hidrelétricas e duas termelétricas em 2009. No ano seguinte, ficam prontas três hidrelétricas, incluindo a de Estreito (TO), uma das maiores obras do PAC.

Placar. Lula tem ainda pela frente uma maratona de inaugurações de escolas técnicas federais -há 140 em obras. Trata-se de área em que José Serra, possível adversário de Dilma na cédula de 2010, também investe pesadamente.

A Deus pertence. Como reflexo da crise econômica global, o relatório da comissão de ministros que analisa o pré-sal deixará várias questões em aberto. Serão elencadas vantagens e desvantagens dos diferentes modelos para exploração do petróleo, sem tomada de posição fechada a favor de nenhum deles.

Embalagem. Lula receberá o documento da comissão ainda neste mês, depois de uma reunião final de seus integrantes. O conteúdo já está praticamente acordado. Falta a formatação final do texto.

Caderninho. Ao bater duro na AGU por ter emitido um parecer no qual considera perdoados, pela Lei da Anistia, os crimes de tortura praticados durante a ditadura militar, Dilma Rousseff acrescentou um novo ponto à já extensa lista de suas discordâncias com o advogado-geral da União, José Antonio Toffoli.

Foi ficando. Apesar de ter sido demitido em maio, José Aparecido Nunes, apontado como responsável pelo vazamento do dossiê da Casa Civil sobre gastos de FHC, mantinha apartamento funcional pago pelo governo. O cancelamento do benefício saiu apenas sexta no "Diário Oficial".

A conferir. Um velho conhecedor dos peemedebistas do Senado ainda não sabe se a turma levará até o fim a disposição para se agarrar à presidência da Casa, ou se está apenas elevando o preço para ver até quanto Lula aceita pagar.

Verde. No esforço para se apresentar como candidato da renovação, aquele de quem Renan Calheiros não pode ouvir falar, Tião Viana (PT-AC) ganhou o apelido de "Gabeira do Senado". A diferença, lembra um cético, "é que o Gabeira não tem um caseiro no currículo". Tião teve envolvimento não de todo esclarecido no caso Francenildo.

Barreira. Mas o maior problema de Tião é outro. A maioria dos senadores do PSDB e do DEM nada tem contra ele pessoalmente, mas os dois partidos se inclinam a rejeitar um nome do PT. Em tempo: a resistência é maior no DEM do que no PSDB.

De saída. A mãe de Eloá Pimentel, morta em cativeiro pelo ex-namorado Lindemberg Alves, pediu ajuda ao governo paulista para se mudar do apartamento em Santo André. A CDHU providenciou uma casa na região.

Padrinho. De um cardeal do PMDB do Rio, insatisfeito com a falta de influência do partido na formação do secretariado de Eduardo Paes: "Ele vai fazer da prefeitura uma sucursal do governo Cabral. Para os aliados, só farelos".

Bandeira. Presidente da Comissão de Educação do Senado, Cristovam Buarque (PDT-DF) pretende criar uma frente no Congresso contra a tentativa dos governadores de derrubar no STF o piso nacional dos professores.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"O presidente gostaria de se camuflar com petróleo para fugir à realidade da crise financeira que chega ao país."
De ACM NETO , líder da bancada do DEM na Câmara, sobre Lula, que durante visita a Cuba afirmou ter "vontade de tomar banho de petróleo" extraído da camada pré-sal.



Contraponto

Fala sério...

Durante jantar em Havana, Raul Castro contou a Lula sobre as férias que passou certa vez na Sibéria, durante o inverno. Adiante na conversa, o brasileiro reiterou o convite para que o presidente de Cuba participe na Bahia, em dezembro, da cúpula América Latina-Caribe.
-Não sei... É tão difícil eu me ausentar do país...-, alegou o irmão de Fidel.
Lula rebateu com argumento definitivo:
-Olha, pra quem já foi à Sibéria no inverno, não tem o menor cabimento deixar de ir à Bahia no verão!
No dia seguinte, Raul confirmou presença na reunião.


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