|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aécio e Serra vão gastar juntos R$ 30 bi em 2009
Governadores de Minas e de São Paulo concentram investimentos nos próximos 2 anos
Oposição critica as gestões dos presidenciáveis tucanos que vão privilegiar as obras de muita visibilidade e de alta capilaridade política
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A exemplo do que fez Gilberto Kassab (DEM) na disputa
pela prefeitura da capital paulista, os presidenciáveis e governadores tucanos Aécio Neves (Minas Gerais) e José Serra
(São Paulo) vão encerrar seus
atuais mandatos a reboque do
calendário eleitoral, rumo à sucessão do presidente Lula.
Levantamento feito pela Folha com base no planejamento
estratégico das duas gestões
mostra que, juntos, eles investirão só em 2009 cerca de R$ 30
bilhões, e apostarão em obras
de grande potencial de votos e
alta capilaridade política, como
a recuperação de estradas vicinais no interior e transporte
coletivo nas duas capitais.
Nos dois casos, o levantamento revela a elevação dos investimentos conforme se aproxima a eleição presidencial.
Em São Paulo, a série de investimentos do Estado, somados recursos próprios e empréstimos para estatais, largou
com R$ 9 bilhões em 2007, encerrará este ano com R$ 12,7 bilhões e tem previstos R$ 18,6
bilhões para 2009 (Orçamento
enviado para a Assembléia) e
R$ 19,4 bilhões para 2010 (projeção do programa de ajuste fiscal, receitas de concessão e orçamento de estatais).
Ao final, se vingar o planejamento paulista, o acumulado
de investimentos da gestão Serra será de R$ 59,5 bilhões -média de R$ 14,9 bilhões/ano a
mais do que a de Geraldo Alckmin (2003-2006), até agora o
último candidato a presidente
pelo PSDB, derrotado por Lula.
Aécio vai transformar em
bandeira o projeto batizado de
"choque de gestão", que tirou o
Orçamento de Minas de um déficit de R$ 2,4 bilhões em 2002
e ampliou para R$ 10,8 bilhões
os recursos próprios para investimentos em 2009, conforme a proposta orçamentária.
No segundo mandato do mineiro, ele começou 2007 com R$
7,44 bilhões para investir, neste
ano, estimou gastar R$ 9 bilhões e reservou R$ 10,8 bilhões para 2009.
Oposição
A oposição acusa os tucanos
de manobra eleitoral. "Eu reconheço o direito do governador
José Serra se lançar candidato,
mas não o de sujeitar o Orçamento do Estado às suas pretensões eleitorais", afirma o líder do PT na Assembléia paulista, Roberto Felício.
"Os R$ 200 milhões que o governador Aécio gastou na Linha Verde são menos do que investe em publicidade anualmente, somados os gastos da
administração direta e das empresas. Foi um governo carente
de obras, porque todas as promessas estão previstas para serem executadas no final do
mandato", alega o deputado estadual Sávio Souza Cruz
(PMDB), um dos principais críticos do tucano mineiro.
Os dois governos alegam que
o incremento de ações ao final
dos mandatos é conseqüência
de medidas drásticas de redução de despesas e ampliação de
receitas, implantadas no início
das atuais gestões. Ambos negam que haja motivação eleitoral e dizem que muitas ações já
estão em andamento.
Como exemplo, São Paulo
diz que quase dobrou os tipos
de medicamentos gratuitos no
Dose Certa e que, das 26 novas
Fatecs (Faculdades de Tecnologia) pragramadas para 2010,
21 já foram entregues.
No próximo ano, os dois tucanos travarão um embate dentro do PSDB, por isso, a elevação das receitas já em 2009.
Ambos, se quiserem mesmo
concorrer ao Planalto, terão,
conforme a lei, de deixar seus
cargos antes do início de abril
de 2010, outro ponto que explicaria a concentração de inaugurações já para 2009.
Minas contabiliza 410 obras
em andamento e prevê a licitação até 2010 de outras 200.
Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Opinião / Réplica: É casado? Tem filhos? Você viu notícia por aí? Índice
|