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Funcionalismo é entrave a tucanos em 2010
Serra enfrenta em São Paulo greve da Polícia Civil há mais de 40 dias; em Minas, Aécio negocia com professores estaduais
Para contornar insatisfação de servidores públicos, presidenciáveis do PSDB
vão investir bilhões de reais para turbinar obras viárias
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A despeito das obras que têm
em andamento com vistas à
disputa Presidencial em 2010,
os governadores de Minas Gerais, Aécio Neves, e de São Paulo, José Serra, terão de contornar um problema comum: a insatisfação do funcionalismo
público nos dois Estados.
Em São Paulo, Serra enfrenta
há mais de 40 dias uma greve da
Polícia Civil. No dia 16 de outubro, manifestação dos grevistas
em frente ao Palácio dos Bandeirantes acabou em confronto
entre policiais civis e militares.
Pelo menos 25 ficaram feridos.
Aécio, por sua vez, negocia
com os professores da rede estadual. Em agosto, eles deflagraram uma paralisação de 28
dias, suspensa porque as tratativas não avançaram.
A categoria, que está em estado de alerta, reivindica piso salarial nacional, melhoria das
condições de ensino e melhor
assistência médica oferecida
pelo instituto de previdência.
Em 2007, Aécio também enfrentou uma greve da Polícia
Civil que durou quase 80 dias.
Para compensar os problemas, os tucanos vão turbinar
obras viárias. Até o final de
2009, Aécio planeja ter asfaltado mais de 189 acessos a municípios. Além de concluir 87% do
programa Pró-acesso, orçado
em R$ 1,7 bilhão, que acaba
com estradas de terra.
Serra promete investir R$ 8
bilhões nas rodovias paulistas,
obra com grande poder de atração de prefeitos e deputados.
Dos 12 mil quilômetros de vicinais que serão recuperados,
2.100 já estão prontos. O governo de São Paulo também tem
entre suas metas a ampliação
do ensino médio e profissionalizante -expandir de 93 mil para 177 mil o número de vagas
nas Escolas Técnicas.
Costura
Aliados de Aécio apostam
num envolvimento maior do
governador dentro do PSDB
para viabilizar as prévias que
escolherá o candidato da sigla
ao Palácio do Planalto. Também acreditam que ele reforçará sua condição de oposição ao
atual governo federal.
Enquanto tenta se credenciar como o grande construtor
de pontes políticas, Aécio enfrenta desafios em Minas.
Um dos maiores é eliminar
os gargalos nas cadeias públicas
sob controle da Polícia Civil no
Estado. No interior, o governo
convive com quadros de superlotação e situação precária nos
presídios e carceragens, onde
estão cerca de 15 mil presos sob
custódia de policiais.
Os homicídios dolosos em
Minas estão na marca de 14,3
para cada 100 mil habitantes,
segundo o Fórum Brasileiro de
Segurança Pública. Nesse quesito, Serra espera levar vantagem, já que o número de homicídios em São Paulo está em
queda -de 71.5% em relação a
1999; 10,3 para cada 100 mil/
habitantes conforme o Estado;
ou 11,7 conforme o Fórum Brasileiro, cujos dados são de 2007.
A área, no entanto, é um ponto sensível ao PSDB paulista.
No âmbito político, um dos
principais trunfos de Aécio é a
capacidade de diálogo. Ele próprio já sinalizou que será o responsável pela aproximação
com o PMDB, para atrair para o
lado tucano a "noiva" de 2010.
Serra está próximo do ex-governador Orestes Quércia e do
deputado federal Michel Temer, os principais peemedebistas de São Paulo.
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