|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Vitória de Paes fortalece grupo de Cabral para 2010
Governador acumulará orçamentos de R$ 60 bilhões
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
Vencedor da eleição para a
Prefeitura do Rio, o grupo político do governador Sérgio Cabral (PMDB) vai acumular nas
mãos as máquinas estadual e
municipal, fato inédito havia 18
anos, desde o PDT de Leonel
Brizola e Marcello Alencar.
Os orçamentos somam quase
R$ 60 bilhões. E o grupo ainda
vai dispor de cerca de 10 mil
postos de livre nomeação no
Estado e 1.500 na prefeitura.
Tantos cargos, somados à vitória na capital com Eduardo
Paes, podem fortalecer a hegemonia que o governador constrói de olho em 2010, atraindo
variadas forças políticas do Rio.
Hoje, PT, PSB, PC do B, PP e
PTB são aliados de Cabral. E o
segundo turno ainda o aproximou do PRB e de parte do PDT.
"Acho que em 2010 o PT e o
PMDB estarão unidos em torno do presidente Lula e de uma
candidatura que una os dois
partidos: a Presidência e a vice-presidência da República", disse Cabral na quarta, após reunião com Paes e Lula.
A citação à vaga de vice não é
gratuita. Pode ser seu destino,
caso a eleição do candidato
apoiado por Lula seja uma
"barbada", ou o nome contar
com seu apoio, caso não queira
arriscar uma possível reeleição
ao governo do Estado.
Outra área de influência que
gostaria de ter é a Petrobras,
motivo do rompimento de Anthony Garotinho com Lula no
primeiro mandato do presidente. O ex-governador do Rio queria o controle da empresa para
apoiar o governo petista.
Cabral já marcou uma reunião com os 92 prefeitos eleitos
do Estado. Com exceção da capital, perdeu em quase todos os
municípios populosos, o que o
obrigará a abrir o caixa em troca de apoio político. Nos dois
primeiros anos de governo, Cabral priorizou investimentos
na capital, para ofuscar o prefeito Cesar Maia, e ignorou os
prefeitos do interior, porque
sabia que boa parte deles não
estaria no poder após 2009.
Agora, com os cofres da administração mais cheios, um de
seus objetivos é garantir o
apoio dos municípios para a
eleição estadual e para as duas
vagas do Senado, além de apresentar um forte capital político
na disputa presidencial.
Contra Garotinho
E ele ainda quer assumir todo o comando do PMDB estadual, neutralizando a influência de Garotinho sobre uma
parte da sigla. No entanto, ensaia uma aproximação com a
mulher dele, Rosinha Garotinho, ex-governadora do Estado
e prefeita eleita de Campos. Cabral a convidou para um almoço, no dia 14, no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador, antes moradia dela.
Rosinha pensa pragmaticamente que pode se beneficiar
de uma melhor relação com Cabral e Lula. Quem faz a intermediação é o vice-governador
Luiz Fernando Pezão, antigo
aliado dos Garotinho e hoje
braço direito do governador e
próximo da ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil).
Garotinho gostaria de ser senador, mas Pezão e o presidente da Assembléia, Jorge Picciani, são nomes que podem contar com o apoio do governador.
Texto Anterior: Funcionalismo é entrave a tucanos em 2010 Próximo Texto: Caso Frangonorte: Líder do governo no Senado, Jucá tem processo arquivado no STF Índice
|