São Paulo, domingo, 02 de novembro de 2008

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Serra e tucanos vão explorar fissuras do PMDB com petistas

Investida do governador de SP vai começar pela Bahia, onde Geddel disputa poder político com Jaques Wagner, do PT

Potencial candidato em 2010 para suceder Lula, Serra recebeu até acenos do prefeito eleito do Rio, o ex-tucano Eduardo Paes

Danilo Verpa-26.out.08/ Folha Imagem
O peemedebista Orestes Quércia e o governador José Serra (PSDB) na votação de domingo

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Passada a eleição, o PSDB e o governador José Serra se lançam numa investida sobre o PMDB. Depois da conquista do partido em São Paulo, o ponto de partida está nos Estados em que a disputa municipal deixou abertas feridas na relação do PT com o PMDB.
Um deles é a Bahia. O próprio Serra tem conversado com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima.
Em Salvador, Geddel e o governador Jacques Wagner (PT) entraram em confronto no segundo turno. Hoje, o ministro negocia com o PSDB uma aliança, também com o DEM, para 2010. A articulação também é uma maneira de Geddel pressionar o governo federal.
Além da tradicional aliança com Jarbas Vasconcelos (PE), Serra estabelece pontes com o PMDB no Rio Grande do Sul -palco histórico de embates PT x PMDB- em Mato Grosso do Sul e em Santa Catarina.
Em Florianópolis, o PT apoiou o ex-governador Esperidião Amin (PP) contra o candidato do governador Luiz Henrique. Apesar de 2002 -quando Luiz Henrique abandonou Serra para apoiar Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno-, tucanos acreditam na hipótese de reaproximação.
Serra negocia com o presidente estadual do PMDB, Orestes Quércia, a participação do partido -ainda que simbólica- no governo do Estado.
Potencial candidato à Presidência da República, Serra recebeu até acenos do prefeito eleito do Rio de Janeiro, o ex-tucano Eduardo Paes.
Além da possibilidade de costura de alianças em 2010, a disputa entre PT e PMDB pela presidência do Senado é outro atrativo. Nesta semana, Serra se reunirá com o presidente nacional do PMDB e candidato à presidência da Câmara, Michel Temer (SP).
Para seduzir o PMDB, os partidos de oposição planejam apoiar a candidatura de Temer, enquanto o PT exige a eleição de um petista no Senado em contrapartida.
Ex-presidente do DEM, o ex-senador Jorge Bornhausen (SC) propõe o apoio ao PMDB também para o Senado. "Esse é o primeiro lance para 2010", resume ele, sugerindo a adesão do PPS e do PSDB.
Após reunião com Temer, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire (PE), defende o voto nos candidatos do PMDB, desde que se comprometam contra idéias como a edição de um terceiro mandato de Lula. "A partir de agora, tudo tem a ver com 2010. Mas não é isso. O PMDB tem a maioria do Senado", justificou Freire.
Dividida, a bancada do PSDB do Senado deverá se reunir esta semana. No partido, Tasso Jereissati (CE) lidera um movimento contra o apoio a José Sarney (AP). Lembrando recentes escândalos do Senado, Tasso diz que o voto no PMDB seria um desserviço para a imagem da Casa.


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