São Paulo, segunda-feira, 02 de novembro de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Em obras

Relator do projeto de reforma do desacreditado Conselho de Ética da Câmara, ACM Neto (DEM-BA) vai propor que esse colegiado passe a funcionar sob o guarda-chuva da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Casa. De acordo com o texto do deputado, que nesta semana será submetido à análise dos líderes partidários, qualquer parecer sobre suspeita de desvio ético terá obrigatoriamente de passar pelo crivo do plenário da CCJ.
O relatório de ACM Neto também estabelece penas alternativas, tipificando condutas passíveis de punições intermediárias entre a cassação de um deputado e sua absolvição pura e simples.




Programa família. Lula não confirmou presença na pré-estreia de sua cinebiografia em Recife, no próximo dia 14. Mas é certo que parentes estarão no Pavilhão de Convenções dos Guararapes. A sessão é definida pelo produtor Luiz Carlos Barreto como "homenagem à figura de dona Lindu", mãe do presidente.

Dá que é meu. A CUT não se conforma com o protagonismo assumido pela Força Sindical na promoção de "Lula, o Filho do Brasil". Ainda tenta realizar uma pré-estreia antes da central rival.

Lei da selva. Aposta de quem conhece a vida: se Dilma Rousseff deslanchar, o consenso existente no PMDB sobre o nome de Michel Temer para vice vai sumir e haverá disputa real pelo posto.

Cenários 1. O PP considera a hipótese de apoiar o PSDB em 2010 não apenas se o candidato for Aécio Neves, mas também se este for vice de José Serra, hipótese hoje descartada pelo mineiro.

Cenários 2. Como o entorno de Dilma avalia que pode não acontecer nem uma coisa nem outra (ou seja, Serra ser candidato com outro companheiro de chapa), ainda vê chance de atrair o PP.

Vai nessa. Quanto ao projeto da seção paulista do PP de lançar candidato ao governo, o PT não enxerga problema nenhum, pelo contrário. Tudo o que puder eventualmente balançar a roseira do PSDB no Estado é bem-vindo.

Quero ser grande. Assediado pelo PV de Marina Silva, o PSC tem sinalizado ao Planalto que não está satisfeito com o tratamento recebido. A queixa é a de que a sigla, hoje com 17 deputados, tem "só um ou dois carguinhos".

Simples assim. Um aliado explica por que a governadora Yeda Crusius (PSDB-RS), apesar de todo o desgaste e da preferência de muitos tucanos por um acordo com o PMDB, deve disputar a reeleição: "Ninguém terá coragem de pedir que ela não dispute".

Os pássaros. Almir Gabriel e Simão Jatene, ambos tucanos e ex-governadores do Pará, disputam o direito de concorrer ao cargo novamente em 2010. O primeiro diz ter maioria no diretório estadual. Mas o PSDB, para evitar que Jatene saísse do partido, prometeu-lhe a legenda. O cearense Tasso Jereissati foi escalado para mediar o conflito.

Difícil de rolar. Na esteira do rompimento entre PMDB e PSDB no Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) tem sido pressionado pelos tucanos a abraçar a candidatura de Luiz Paulo Vellozo Lucas ao governo estadual, como retribuição pelo apoio dado ao senador em 2006. O PSB, entretanto, quer Casagrande colado no candidato do governador Paulo Hartung (PMDB), que formou enorme aliança e isolou o PSDB.

Nunca antes. O PC do B, que lançará ao Senado o vereador Netinho, espera eleger em 2010 três deputados federais por São Paulo, feito inédito para o partido: o veterano Aldo Rebelo e os novatos Orlando Silva (ministro do Esporte) e Protógenes Queiroz.

com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

Ou o DEM fez um programa caseiro para os amigos, ou a ideia era dialogar apenas com os 8% que rejeitam o governo Lula.

Do deputado HENRIQUE FONTANA, líder do governo na Câmara, sobre a propaganda do partido oposicionista exibida quinta na TV.

Contraponto

Palavras, palavras

Base aliada e oposição se digladiavam dias atrás, na Comissão de Orçamento, a propósito de um pedido de informações sobre a refinaria pernambucana Abreu e Lima. O pomo da discórdia era a palavra "superfaturamento", proibida no vocabulário governista e mencionada no requerimento de Cláudio Cajado (DEM-BA).
Sobrevivente do escândalo dos anões do Orçamento, Pedro Novais (PMDB-MA) procurou contemporizar:
-Só quem não sabe português diz que o deputado está afirmando que houve superfaturamento. Ele está apenas se fiando num relatório do TCU. Mas, já que concorda em retirar a palavra, não posso me opor. Oponho-me, no entanto, àqueles que não se alfabetizaram devidamente.


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