|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IMAGEM EXTERNA
Pesquisa de consultoria internacional mostra que 5 em cada 10 esperam desempenho ruim neste trimestre
Investidores dão avaliação negativa ao país
ANTONIO CARLOS SEIDL
da Reportagem Local
Cinco em dez investidores institucionais dos países ricos deram
avaliação negativa para o desempenho da economia do Brasil no
terceiro trimestre deste ano, enquanto os outros cinco ficaram
neutros.
Esse é o principal resultado da
Global Emerging Market Survey,
pesquisa trimestral da Burson-Marsteller, grupo internacional de consultoria empresarial.
O objetivo é ouvir regularmente
a opinião dos administradores de
recursos de investidores institucionais (fundos de pensão e companhias de seguros) dos países desenvolvidos sobre os mercados
emergentes.
Participam da pesquisa 50 instituições financeiras, responsáveis
pela administração de um total de
recursos da ordem de US$ 2,6 trilhões.
A pesquisa mostra que a situação
da economia dos países emergentes teve a sua pior avaliação de todos os tempos no terceiro trimestre deste ano.
A avaliação foi negativa para
87% dos administradores e neutra
para 13%. Foram analisadas todas
as economias emergentes da América Latina, do Sudeste Asiático,
do Oriente Médio e da África. No
trimestre anterior, a avaliação foi
negativa para 73% dos entrevistados e neutra para 27%.
A cada trimestre, a Burson-Marsteller destaca um país
emergente para uma análise mais
detalhada. Desta vez, o alvo das
atenções foi o Brasil.
Os investidores institucionais
disseram que a economia brasileira é fundamentalmente saudável e
atribuíram as atuais dificuldades à
crise de confiança no país.
A pesquisa foi realizada em meados de setembro, quando o Brasil
aumentou a taxa de juros para
quase 50% para fazer frente ao ataque especulativo contra o real e
para conter a fuga de capitais na
esteira do colapso da economia da
Rússia e do aprofundamento da
crise financeira do Japão.
Nesse contexto, os administradores qualificaram de insustentável o déficit fiscal do Brasil. Isso foi
em grande parte responsável pela
má avaliação do país.
A maioria dos investidores
(70%) se manifestou contra uma
desvalorização acentuada do real
porque provocaria uma forte fuga
de capitais.
Segundo os investidores, a desvalorização faria o governo do
presidente Fernando Henrique
Cardoso perder credibilidade e enfraqueceria o Plano Real.
Embora a imagem do Brasil tenha saído arranhada no retrato tirado no terceiro trimestre deste
ano, os investidores institucionais
mostram confiança no país.
Para eles, a atual crise nos mercados emergentes tornou-se o
maior teste enfrentado pelo Brasil
desde o início da década.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|