DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Depois de alguns desmentidos de sua assessoria, o presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Antônio Carlos da Silveira Pinheiro, disse que tomou conhecimento da determinação feita pelo órgão às regionais somente ontem, às 17h15, minutos antes de receber telefonema da Agência Folha.
Pinheiro se disse "impressionado" com essa determinação e afirmou que vai "apurar severamente" o que levou a coordenação da distribuição de cestas básicas a orientar o desmantelamento do programa de distribuição dos alimentos.
"Não somos prepotentes, mas não admitimos displicência", declarou. Pinheiro declarou que, "a princípio", a atitude foi tomada isoladamente pelo superintendente de Programas Sociais e Institucionais do órgão, Ricardo César Alves da Silva, que assina o ofício enviado às regionais. "Ele não participa das decisões da diretoria", afirmou.
A Agência Folha ligou ontem por três vezes para o gabinete de Ricardo César, mas foi informada de que o superintendente não estava.
Embora o presidente do órgão tenha afirmado desconhecimento sobre a atitude de seu subordinado, a assessoria de imprensa da Conab informou que ele tinha conhecimento da determinação.
Pinheiro afirmou que a reativação dos pólos desmantelados será feita "o mais rapidamente possível".
O secretário-executivo do Ministério da Agricultura e presidente do Conselho da Conab, Márcio Fortes Almeida, que também afirmou desconhecimento da desativação dos pólos de distribuição, disse que o governo federal já liberou R$ 50 milhões para distribuir as cestas de alimentação a 1,76 milhão de famílias em todo o país, até a substituição do programa de distribuição.
A Agência Folha apurou que, após ser informado do teor da reportagem, Almeida sugeriu ao presidente da Conab a exoneração das pessoas que tenham executado o desmantelamento dos pólos.
(RANIER BRAGON)


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