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RIO DE JANEIRO
OAS, responsável pelas obras da Linha Amarela, doou R$ 400 mil para Conde e o mesmo valor para Maia
Empreiteira é maior doador de campanha
DA SUCURSAL DO RIO
A empreiteira OAS, responsável
pela construção da Linha Amarela, via expressa que liga as zonas
norte e oeste do Rio de Janeiro, foi
o principal doador individual das
campanhas do prefeito eleito, Cesar Maia (PTB), e do atual, Luiz
Paulo Conde (PFL). Cada um recebeu R$ 400 mil.
A construção da Linha Amarela, que começou na primeira gestão de Maia (1993-1996) e terminou na de Conde (1997-2000), foi
polêmica. Licitada por R$ 210 milhões, a obra custou pelo menos
R$ 74 milhões a mais, segundo levantamento feito por uma comissão do Clube de Engenharia.
Em 1996, tanto Maia quanto
Conde foram acusados pelo atual
presidente da Assembléia Legislativa do Rio, Sérgio Cabral Filho
(PMDB), de favorecerem a OAS
na obra. Durante a campanha
deste ano, Maia acusou Conde de
ter aceito uma proposta da OAS
para concluir a via por uma quantia adicional de R$ 100 milhões
-quando um parecer sugeria
que o valor máximo fosse de R$
27 milhões.
Pela prestação encaminhada ao
TRE (Tribunal Regional Eleitoral)
do Rio, o prefeito eleito, Cesar
Maia (PTB), recebeu R$
1.806.073,60 em doações -o limite previsto previamente foi de
R$ 4,5 milhões. Além dos R$ 400
mil recebidos da OAS, Maia recebeu outros R$ 400 mil do deputado federal Ronaldo Cezar Coelho
(PSDB), adversário do petebista
no primeiro turno.
Boa parte das contribuições recebidas pelo prefeito eleito foram
de construtoras, imobiliárias e
empresas que têm negócios no setor hoteleiro. Essas doações ultrapassaram R$ 680 mil -entre elas
estão doações da rede de hotéis
Othon (R$ 40 mil) e da construtora imobiliária Gafisa (R$ 40 mil).
Conde foi mais beneficiado por
contribuições desse setor. Ele recebeu mais de R$ 2,1 milhões
-superior ao total gasto por
Maia na campanha, segundo sua
prestação de contas.
Uma das polêmicas da eleição
no Rio foi uma lei -defendida
por Conde e criticada por Maia e
Coelho- que facilitava a construção de apart-hotéis na cidade.
Além das doações de construtoras, imobiliárias e empresas com
negócios no setor hoteleiro, outras contribuições importantes
para a campanha de Maia foram
da CSN (Companhia Siderúrgica
Nacional), de R$ 150 mil, da Bolsa
de Valores do Rio, de R$ 100 mil,
do grupo Pão de Açúcar, de R$
48.225, da Brasif (que administra
as lojas de Free Shop), de R$ 70
mil, e da Piraquê, de R$ 50 mil.
Entre os gastos de Maia estão R$
678 mil com propaganda e publicidade e R$ 40 mil com cachê de
artistas. Embora o prefeito usasse
as pesquisas do instituto GPP, na
prestação de contas a informação
é de que não ocorreram despesas
nessa área.
Análise das contas
Segundo a prestação de contas
encaminhada pelo atual prefeito
Luiz Paulo Conde (PFL), sua campanha recebeu R$ 4.635.270
-menos do que o limite de R$ 6
milhões que havia sido estipulado
inicialmente.
Entre os principais doadores individuais para a campanha de
Conde estão o grupo financeiro
Icatu (R$ 400 mil) e a ABS empreendimentos Imobiliários (R$
300 mil). A Rede Nacional de
Shopping Centers, a Carvalho
Hosken Engenharia e a Novo
Hamburgo Seguros e Serviços
Gerais deram R$ 250 mil.
Entre os gastos de campanha,
Conde usou R$ 1,082 milhão para
propaganda e publicidade, R$ 692
mil para pesquisas eleitorais e nenhum centavo com cachê de artistas -embora vários grupos tenham animado seus showmícios.
As prestações de contas dos dois
candidatos ainda não foram aprovadas pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio.
O juiz Roberto Felinto tem até
oito dias antes da diplomação do
prefeito eleito (dia 14 de dezembro) para fazê-lo. As documentações encaminhadas pelos candidatos estão sendo analisadas por
auditores do tribunal.
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