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RUMO A 2002
Diretriz do partido pode ser aprovada amanhã
PT deve fixar junho como limite a inscrição em prévia presidencial
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT deve aprovar amanhã resolução apontando junho do próximo ano como data-limite para
as inscrições às prévias internas
que irão definir seu candidato à
Presidência em 2002.
A medida deve levar Lula a
adiar o anúncio de sua decisão sobre ser ou não candidato pela
quarta vez à Presidência. O líder
petista tinha intenção de dar uma
definição até março.
Já o senador Eduardo Suplicy
(SP) informará amanhã ao partido, de forma oficial, que vai se inscrever nas inéditas prévias internas para presidente.
Há no partido um movimento
para postergar o debate sobre a
eleição, deflagrado pelo desejo de
Suplicy de ser candidato, anunciado em entrevista à Folha.
O PT espera que Lula se inscreva nas prévias somente no final
do prazo estipulado.
"Estamos estabelecendo este calendário, fixando o prazo até junho, para dar tempo ao Lula de se
adequar ao cronograma do partido", diz o deputado João Paulo
Cunha, um dos maiores defensores de que Lula adie sua decisão.
Cunha considera que no início
do ano que vem as atenções estarão voltadas às novas administrações municipais do partido e que
Lula estaria correndo o risco de se
desgastar desnecessariamente ao
se lançar com tanta antecedência.
A prévia em si, segundo José
Dirceu, presidente da legenda,
ocorreria entre o último trimestre
de 2001 e o trimestre seguinte.
Uma idéia é fazer a escolha em
conjunto com a eleição direta para presidente do partido, que deve
ocorrer no final do ano que vem.
"Fazer a prévia junto com a eleição seria mais prático para nós.
Mas isso ainda vai ser definido."
A data exata da eleição interna
será definida em nova reunião do
Diretório Nacional, a ser realizada
até maio de 2001.
A aprovação desse calendário
deverá constar das resoluções finais da reunião do diretório nacional, que tem 84 integrantes.
"A prévia tem de ser feita no final do ano que vem ou, no máximo, no início de 2002. Porque, se
demorar muito, Lula vai acabar
sendo candidato por inércia", diz
Marco Aurélio Garcia, secretário
de Relações Internacionais do PT.
A tese de Garcia, partilhada por
muitos dentro do partido, é de
que candidatos que não tenham o
nível de "exposição" de Lula precisariam de ao menos um ano antes da eleição para viabilizar suas
campanhas.
Em 1998, Lula demorou a deixar
claro suas intenções, o que acabou inviabilizando outros nomes
dentro do partido.
O líder petista, que retornaria
ontem de viagem a Cuba, também deve participar da reunião e
presenciar o anúncio de Suplicy.
O senador tem tido o cuidado de
dizer que não está sendo candidato por ser "contra o Lula".
Hoje, o partido deverá aprovar
também seu novo estatuto, que
prevê eleições diretas para presidente.
(FÁBIO ZANINI E THOMAS TRAUMANN)
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