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Magistrados espíritas formam associação
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele defende um Judiciário mais
sensível às questões sociais, diz
que a principal lei é a do amor e
estimula, durante uma audiência,
que a harmonia prevaleça entre o
acusador e o acusado.
Para o juiz José Carlos de Lucca,
representante paulista da Associação Brasileira dos Magistrados
Espíritas, a escolha de sua profissão não foi uma casualidade e, por
isso, a exerce como uma missão
de vida. "Sou juiz para quitar alguma dívida do passado."
Sobre a disputa presidencial no
Tribunal de Justiça, ele diz que espera um incentivo do novo presidente para ver difundida a luz do
espiritismo no meio jurídico.
"Quanto maior o incentivo, melhor. Mas não apoiamos nenhum
candidato específico. Nossa associação tem finalidade religiosa,
não política", afirma.
Discutir temas polêmicos, como o aborto e a eutanásia -condenados pelo espiritismo-, é um
dos objetivos do grupo. "Queremos que outros juízes conheçam
a nossa doutrina", diz.
"A Justiça [como instituição" só
existe porque ainda não aprendemos a amar", acredita o juiz, responsável pelo julgamento de processos cíveis, como cobranças de
dívidas. "Em uma audiência,
sempre busco a conciliação. Ainda que as partes não saiam amando-se, o importante é que atinjam
a harmonia."
Os juízes espíritas encaram com
bom humor as inevitáveis brincadeiras sobre os espíritos. "As pessoas perguntam se recebo um espírito durante uma audiência ou
se são eles [os espíritos" que decidem", afirma o magistrado, que
diz se sentir ligado, por vidas passadas, aos casos que julga. "Tenho
absoluta certeza de que tenho
uma ligação cármica com todos
os casos que recebo. Sei que, de algum modo, em vidas passadas,
estive ligado ao problema."
Os juízes católicos de São Paulo
também têm uma associação,
mas é menor e ainda está em formação. Além de juízes, fazem parte advogados e promotores.
O objetivo da União Paulista de
Juristas Católicos, segundo membros do grupo, é estudar as questões jurídicas à luz dos ensinamentos cristãos.
(LC)
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