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OUTRO LADO
Estado move 324 processos
DA ENVIADA ESPECIAL AO MARANHÃO
A procuradora-Geral do Estado
do Maranhão, Ana Maria Vieira,
informou que tem 324 ações judiciais contra associações de agricultores que não prestaram contas dos gastos dos projetos do Comunidade Viva e que outros 3.000
processos estão para ser ajuizados
pelo mesmo motivo.
A procuradora disse ter conhecimento de queixas das associações sobre obras que não foram
concluídas e sobre suposto desvio
de dinheiro. ""Se a empresa desviou dinheiro ou fez obra malfeita, cabe à associação mover ação
contra ela. Nossa relação é com as
associações", afirmou.
O procurador-geral de Justiça,
Suvamy Vinekananda, disse que
estão sendo apuradas denúncias
sobre cabos eleitorais no comando de associações. Em relação ao
loteamento dos projetos entre deputados, afirmou que isso não é
exclusividade do Estado: ""O Orçamento da União é loteado entre
os políticos".
Freio
Lina Rosa Mello, subgerente do
Nepe (Núcleo Estadual de Projetos Especiais), que aprova os projetos do Comunidade Viva no
âmbito do governo, diz que o programa revolucionou o meio rural.
""É um programa transformador.
Se me perguntarem se tem muita
coisa errada, digo que tem muita
coisa certa", afirmou.
Segundo a subgerente, o convênio firmado com o Banco Mundial prevê repasse de US$ 80 milhões de 1998 a 2003. A liberação
de novos projetos está praticamente parada desde setembro de
2000, por determinação da governadora, para reavaliação das prioridades. O dinheiro que resta dá
para 400 novos projetos.
De 98 para cá, foram construídos 425 poços artesianos, 84 pontes, melhorias em 7.934 km de estradas vicinais, 4.328 km de eletrificação rural, 111 pequenas
"agroindústrias e foram adquiridos 86 tratores.
As regras do Comunidade Viva
mudaram a partir de 98. Antes, as
associações das comunidades carentes recebiam o dinheiro para
as obras, o que causou muitos
problemas: ""A um homem simples, com um cheque em branco
nas mãos, tudo pode acontecer",
afirmou Lina Rosa, referindo-se a
denúncias de desvio de dinheiro
por parte de empreiteiras.
Atualmente, os recursos ficam
no Banco do Brasil e o pagamento
é feito diretamente às empresas,
mediante laudos de execução das
obras. Foram criados conselhos
municipais que aprovam os projetos apresentados pelas associações e os encaminham às gerências regionais. O Nepe, segundo
Lina Rosa, analisa a viabilidade
dos projetos e, após terem sido
aprovados, os fiscaliza.
Banco Mundial
O escritório do Banco Mundial
em Brasília disse que não comenta o andamento de projetos financiados pela instituição no país e
recomendou ao jornal procurar a
subgerente do Nepe.
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