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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/CONGRESSO PARADO
De olho na aprovação do Orçamento, Planalto acena com liberação de emendas parlamentares
Governo promete empenhar R$ 1 bi por votação de aliados
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo prometeu aos senadores e deputados da base aliada
empenhar pelo menos mais
R$ 1 bilhão de emendas ao Orçamento. O valor ainda é preliminar
e ficou acertado numa reunião na
noite da última terça-feira no Palácio do Planalto.
A idéia é recompor a base aliada, fazer o Congresso voltar a trabalhar em um ritmo mais intenso
nos últimos dias úteis que restam
do ano, sobretudo para que seja
aprovado o Orçamento de 2006.
Participaram do encontro o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Jaques Wagner
(Relações Institucionais) e mais
seis senadores governistas: Aloizio Mercadante (PT-SP), Delcídio
Amaral (PT-MS), Fernando Bezerra (PTB-RN), Ideli Salvatti
(PT-SC), Ney Suassuna (PMDB-PB), Romero Jucá (PMDB-RR) e
Tião Viana (PT-AC).
Decidiu-se que o governo deve
empenhar -listar para pagamento posterior- emendas de
congressistas no valor de pelo menos R$ 400 milhões (de autoria de
deputados) e de outros R$ 600
milhões (de senadores).
O empenho de uma emenda é
um dos requisitos iniciais para
que o dinheiro seja liberado mais
adiante. Esse R$ 1 bilhão acertado
na reunião com senadores governistas é adicional ao que já existe
empenhado, mas ainda não foi liberado neste ano.
Lula convocou a reunião porque estava preocupado com a
possibilidade, considerada real
pelo governo, de o Congresso não
aprovar o Orçamento de 2006 até
o dia 31 de dezembro.
Quando isso ocorre, há duas
conseqüências imediatas: 1) o governo tem de manter o Congresso
funcionando em janeiro para
aprovar o projeto; 2) o Executivo
passa a usar apenas 1/12 do Orçamento por mês. Trata-se de um
cenário que o governo quer evitar.
O Congresso trabalhando em
janeiro impediria o esfriamento
da crise. Já o gasto mensal de apenas 1/12 do Orçamento seria insuficiente para turbinar as obras públicas no início de 2006, ano eleitoral, quando há interesse do Planalto em reaquecer a economia.
Na reunião com Lula, os senadores disseram que a base aliada
está inquieta principalmente em
razão da não-liberação das emendas ao Orçamento. Numa conversa posterior, os senadores tiveram
um encontro no qual chegou-se à
conclusão de que talvez R$ 1 bi
não seja suficiente. Alguns defenderam um mínimo de R$ 2 bilhões, e houve um quase consenso
que o ideal seria R$ 1,5 bilhão.
A decisão sobre o valor final sai
na segunda-feira, na reunião da
junta orçamentária, composta
por Antonio Palocci (Fazenda),
Paulo Bernardo (Planejamento) e
Dilma Rousseff (Casa Civil).
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