São Paulo, sexta-feira, 02 de dezembro de 2005

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ARREGAÇANDO AS MANGAS

Governador leva pasta com plataforma de campanha a evento da ANJ

Alckmin já fala como candidato

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) já vestiu o traje de candidato à Presidência da República e leva debaixo do braço o discurso com o esboço de sua plataforma política, recheado de números sobre a administração paulista.
Ontem, Alckmin expôs suas idéias a diretores e donos de jornal reunidos no encontro anual da ANJ (Associação Nacional de Jornais). Munido de tabelas e números projetados em uma tela, o governador falou de tudo -da Escola da Família à redução do ICMS (Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços) na venda de etanol.
E apresentou os pilares de suas propostas: reforma tributária, redução do gasto público, choque de gestão no Estado, aumento do investimento e ênfase no crescimento econômico. Tudo aliado à ressalva de que não existem saídas "mágicas".
"Não há solução sem crescimento. Não pode ser feito de forma irresponsável, mas não há caminho fora disso", declarou, logo depois de dizer que o país está "perdendo uma oportunidade", em referência à queda de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre divulgada anteontem.
Quando um dos participantes do encontro perguntou se Alckmin é candidato a presidente, o governador afirmou que vê a idéia com "grande entusiasmo", mas que a decisão será tomada de forma coletiva pelo PSDB.

Ciclo
Acrescentou que o fim de seu mandato como governador "encerra um ciclo". "Não posso mais ser governador", afirmou, para depois fazer um resumo de sua trajetória política, iniciada como vereador de Pindamonhangaba (145 km a Nordeste de São Paulo).
Alckmin não disse com todas as letras, mas ficou claro que o ciclo seguinte seria a disputa pela Presidência. Como teria que renunciar ao cargo até 30 de março para concorrer, espera que a definição do PSDB ocorra antes dessa data.
O momento formal de definição de nomes será a convenção partidária, que deverá ocorrer em junho. Mas Alckmin ressaltou que a tradição do PSDB é não haver disputa no encontro, que irá apenas homologar uma decisão tomada anteriormente pelo partido. Os outros possíveis nomes de candidatos tucanos são o prefeito de São Paulo, José Serra, e o governador Aécio Neves (MG). O governador citou ainda o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que estaria acima da disputa e seria candidato se quisesse.
Para Alckmin, sua principal credencial é a gestão em São Paulo. "O ajuste fiscal recuperou capacidade de investimento do Estado e permitiu reduzir a carga tributária e aliviar o setor produtivo."
Alckmin encerrou a participação no encontro contando um episódio de sua campanha a prefeito de Pindamonhangaba, quando inadvertidamente pediu votos a uma família que era eleitora em Itajubá (MG). "Vou trabalhar para recuperar esses votos."


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