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ARREGAÇANDO AS MANGAS
Governador leva pasta com plataforma de campanha a evento da ANJ
Alckmin já fala como candidato
CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) já vestiu o traje
de candidato à Presidência da
República e leva debaixo do braço o discurso com o esboço de
sua plataforma política, recheado de números sobre a administração paulista.
Ontem, Alckmin expôs suas
idéias a diretores e donos de jornal reunidos no encontro anual
da ANJ (Associação Nacional de
Jornais). Munido de tabelas e
números projetados em uma tela, o governador falou de tudo
-da Escola da Família à redução do ICMS (Imposto de Circulação sobre Mercadorias e
Serviços) na venda de etanol.
E apresentou os pilares de
suas propostas: reforma tributária, redução do gasto público,
choque de gestão no Estado, aumento do investimento e ênfase
no crescimento econômico. Tudo aliado à ressalva de que não
existem saídas "mágicas".
"Não há solução sem crescimento. Não pode ser feito de
forma irresponsável, mas não
há caminho fora disso", declarou, logo depois de dizer que o
país está "perdendo uma oportunidade", em referência à queda de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre divulgada anteontem.
Quando um dos participantes
do encontro perguntou se Alckmin é candidato a presidente, o
governador afirmou que vê a
idéia com "grande entusiasmo",
mas que a decisão será tomada
de forma coletiva pelo PSDB.
Ciclo
Acrescentou que o fim de seu
mandato como governador
"encerra um ciclo". "Não posso
mais ser governador", afirmou,
para depois fazer um resumo de
sua trajetória política, iniciada
como vereador de Pindamonhangaba (145 km a Nordeste
de São Paulo).
Alckmin não disse com todas
as letras, mas ficou claro que o
ciclo seguinte seria a disputa pela Presidência. Como teria que
renunciar ao cargo até 30 de
março para concorrer, espera
que a definição do PSDB ocorra
antes dessa data.
O momento formal de definição de nomes será a convenção
partidária, que deverá ocorrer
em junho. Mas Alckmin ressaltou que a tradição do PSDB é
não haver disputa no encontro,
que irá apenas homologar uma
decisão tomada anteriormente
pelo partido. Os outros possíveis nomes de candidatos tucanos são o prefeito de São Paulo,
José Serra, e o governador Aécio
Neves (MG). O governador citou ainda o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que
estaria acima da disputa e seria
candidato se quisesse.
Para Alckmin, sua principal
credencial é a gestão em São
Paulo. "O ajuste fiscal recuperou capacidade de investimento
do Estado e permitiu reduzir a
carga tributária e aliviar o setor
produtivo."
Alckmin encerrou a participação no encontro contando um
episódio de sua campanha a
prefeito de Pindamonhangaba,
quando inadvertidamente pediu votos a uma família que era
eleitora em Itajubá (MG). "Vou
trabalhar para recuperar esses
votos."
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