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Favorito, Berzoini articula para 2º turno
Cerca de 900 mil filiados ao PT estão aptos a votar na eleição de hoje; deputado federal conversa com chapas adversárias
Deputados José Eduardo
Cardozo e Jilmar Tatto são
os que têm mais chances
de levar a disputa interna
petista para a outra etapa
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT vai às urnas hoje em todo o país para escolher sua nova
direção, mas, antes mesmo de a
votação ter início, as articulações em torno de um eventual
segundo turno no âmbito nacional já haviam começado.
Até ontem, a única certeza
era de que o atual presidente,
deputado federal Ricardo Berzoini (SP), estará no segundo
turno se não vencer o pleito logo nesta primeira etapa, hipótese dada como muito provável
por seus apoiadores.
Ele encabeça a chapa CNB
(Construindo um Novo Brasil),
o antigo Campo Majoritário,
corrente hegemônica no PT. A
indefinição está por conta de
quem deverá ser seu adversário, caso ele não consiga mais
da metade dos votos válidos.
Os deputados federais paulistas Jilmar Tatto, do PT de
Lutas e Massas (unido com o
Novo Rumo), e José Eduardo
Cardozo, da Mensagem ao Partido, e o dirigente Valter Pomar, da chapa A Esperança é
Vermelha, são os mais cotados.
Na avaliação do grupo de
Berzoini, a situação menos
preocupante seria enfrentar o
candidato do PT de Lutas e
Massas, já que alguns dos líderes da Mensagem têm restrições a Jilmar Tatto.
Outro fator que alenta o grupo de Berzoini é que o ministro
Tarso Genro (Justiça), estofo
da candidatura de Cardozo, não
deve recusar um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para votar em Berzoini.
"Vai ter segundo turno e nós
estaremos nele. Mas, de todo
modo, faremos um reunião na
segunda-feira [amanhã] para
analisar os cenários", diz Joaquim Soriano, da Mensagem.
2008
Outro fator com o qual acena
Berzoini para contar com os
votos da Mensagem é uma espécie de apoio branco à pretensão de Cardozo de concorrer a
prefeito de São Paulo. Caso
Marta Suplicy (Turismo) não
aceite o desafio, o deputado se
colocaria como pré-candidato e
teria o caminho livre por parte
da direção nacional, ainda que
essa hipótese encontre resistências no Palácio do Planalto.
Na outra ponta da tese de
Berzoini, Cardozo seria um
candidato mais difícil em um
eventual segundo turno porque
tem capacidade de agregar
apoios internos e grande penetração na sociedade civil. Ele
tem feito uma campanha calcada na bandeira da "ética" para
recuperar a imagem do PT.
"Se ficarmos fora do segundo
turno, devemos fazer uma discussão de procedimentos com
o Zé Eduardo, uma conversa
mais aprofundada. Podemos
apoiá-lo pela renovação, mas
não queremos transformar a
direção do partido em uma delegacia de polícia", diz o deputado Carlos Zarattini, um dos
coordenadores da campanha
de Jilmar Tatto.
Zarattini crê ainda que será
possível conquistar parte da
Mensagem se Tatto seguir
adiante. "Os setores mais à esquerda da chapa deles devem
vir conosco", diz.
Cerca de 900 mil filiados estão aptos para votar hoje em todo o país. A presença de Lula na
eleição ainda é incerta.
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