São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2007

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Favorito, Berzoini articula para 2º turno

Cerca de 900 mil filiados ao PT estão aptos a votar na eleição de hoje; deputado federal conversa com chapas adversárias

Deputados José Eduardo Cardozo e Jilmar Tatto são os que têm mais chances de levar a disputa interna petista para a outra etapa

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT vai às urnas hoje em todo o país para escolher sua nova direção, mas, antes mesmo de a votação ter início, as articulações em torno de um eventual segundo turno no âmbito nacional já haviam começado.
Até ontem, a única certeza era de que o atual presidente, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), estará no segundo turno se não vencer o pleito logo nesta primeira etapa, hipótese dada como muito provável por seus apoiadores.
Ele encabeça a chapa CNB (Construindo um Novo Brasil), o antigo Campo Majoritário, corrente hegemônica no PT. A indefinição está por conta de quem deverá ser seu adversário, caso ele não consiga mais da metade dos votos válidos.
Os deputados federais paulistas Jilmar Tatto, do PT de Lutas e Massas (unido com o Novo Rumo), e José Eduardo Cardozo, da Mensagem ao Partido, e o dirigente Valter Pomar, da chapa A Esperança é Vermelha, são os mais cotados.
Na avaliação do grupo de Berzoini, a situação menos preocupante seria enfrentar o candidato do PT de Lutas e Massas, já que alguns dos líderes da Mensagem têm restrições a Jilmar Tatto.
Outro fator que alenta o grupo de Berzoini é que o ministro Tarso Genro (Justiça), estofo da candidatura de Cardozo, não deve recusar um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para votar em Berzoini.
"Vai ter segundo turno e nós estaremos nele. Mas, de todo modo, faremos um reunião na segunda-feira [amanhã] para analisar os cenários", diz Joaquim Soriano, da Mensagem.

2008
Outro fator com o qual acena Berzoini para contar com os votos da Mensagem é uma espécie de apoio branco à pretensão de Cardozo de concorrer a prefeito de São Paulo. Caso Marta Suplicy (Turismo) não aceite o desafio, o deputado se colocaria como pré-candidato e teria o caminho livre por parte da direção nacional, ainda que essa hipótese encontre resistências no Palácio do Planalto.
Na outra ponta da tese de Berzoini, Cardozo seria um candidato mais difícil em um eventual segundo turno porque tem capacidade de agregar apoios internos e grande penetração na sociedade civil. Ele tem feito uma campanha calcada na bandeira da "ética" para recuperar a imagem do PT.
"Se ficarmos fora do segundo turno, devemos fazer uma discussão de procedimentos com o Zé Eduardo, uma conversa mais aprofundada. Podemos apoiá-lo pela renovação, mas não queremos transformar a direção do partido em uma delegacia de polícia", diz o deputado Carlos Zarattini, um dos coordenadores da campanha de Jilmar Tatto.
Zarattini crê ainda que será possível conquistar parte da Mensagem se Tatto seguir adiante. "Os setores mais à esquerda da chapa deles devem vir conosco", diz.
Cerca de 900 mil filiados estão aptos para votar hoje em todo o país. A presença de Lula na eleição ainda é incerta.

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