São Paulo, quinta-feira, 03 de janeiro de 2008

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Para professor, programa já atingiu limite

FERNANDO FERNANDES JR.
DA REDAÇÃO

Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto, professor do departamento de demografia e pesquisador do Cedeplar (Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional), da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), acredita que a expansão do Bolsa Família chegou ao limite quanto à parcela da população atendida.
Para ele, ampliar o programa para pessoas que estão fora por terem renda superior -uma espécie de "renda mínima universal"- seria inviável devido aos custos, muito altos.
Rios Neto diz ainda que, da forma como funciona hoje, o Bolsa Família terá pouco impacto na eleição presidencial de 2010.
Seus argumentos são de que a implementação do programa é municipal, o que dificulta a manipulação do governo federal. "Pode-se dizer que o programa é assistencialista, mas não eleitoreiro. Mas mesmo a crítica de que é assistencialista é uma acusação fácil e previsível, pois o programa está atingindo seu objetivo", diz.
A tese do pesquisador é polêmica: na eleição presidencial de 2006, Lula teve mais votos nos Estados onde o Bolsa Família possui mais beneficiados.
Rios Neto, que tem pós-doutorado pela Universidade do Texas, afirma, porém, que o cenário pode mudar caso o formato do Bolsa Família seja alterado, ganhando, assim, uma "tendência eleitoreira".
Para isso, o programa precisaria ou ser ampliado -o que é inviável, para ele- ou ter o valor do benefício aumentado. Ele destaca que este é um ponto polêmico que deve ser visto também pelo efeito da redistribuição de renda.
Segundo Rios Neto, como o Bolsa Família ajudou na redução da pobreza, um aumento no seu valor "não pode ser visto apenas como negativo".


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