|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para professor, programa já atingiu limite
FERNANDO FERNANDES JR.
DA REDAÇÃO
Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto, professor
do departamento de demografia e pesquisador do
Cedeplar (Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional), da
UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais),
acredita que a expansão do
Bolsa Família chegou ao limite quanto à parcela da
população atendida.
Para ele, ampliar o programa para pessoas que
estão fora por terem renda
superior -uma espécie de
"renda mínima universal"- seria inviável devido
aos custos, muito altos.
Rios Neto diz ainda que,
da forma como funciona
hoje, o Bolsa Família terá
pouco impacto na eleição
presidencial de 2010.
Seus argumentos são de
que a implementação do
programa é municipal, o
que dificulta a manipulação do governo federal.
"Pode-se dizer que o programa é assistencialista,
mas não eleitoreiro. Mas
mesmo a crítica de que é
assistencialista é uma acusação fácil e previsível,
pois o programa está atingindo seu objetivo", diz.
A tese do pesquisador é
polêmica: na eleição presidencial de 2006, Lula teve
mais votos nos Estados
onde o Bolsa Família possui mais beneficiados.
Rios Neto, que tem pós-doutorado pela Universidade do Texas, afirma, porém, que o cenário pode
mudar caso o formato do
Bolsa Família seja alterado, ganhando, assim, uma
"tendência eleitoreira".
Para isso, o programa
precisaria ou ser ampliado
-o que é inviável, para
ele- ou ter o valor do benefício aumentado. Ele
destaca que este é um ponto polêmico que deve ser
visto também pelo efeito
da redistribuição de renda.
Segundo Rios Neto, como o Bolsa Família ajudou
na redução da pobreza, um
aumento no seu valor "não
pode ser visto apenas como negativo".
Texto Anterior: Lula dribla legislação eleitoral para ampliar o Bolsa Família Próximo Texto: Bolsa: Governo faz transferência de renda condicionada Índice
|