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Com legislatura no início, Congresso já vê 22 parlamentares trocarem de sigla
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ano legislativo começou
oficialmente ontem, mas 22
parlamentares já não ocupam
mais os partidos pelos quais foram eleitos. Até ontem, 20 deputados e dois senadores já tinham trocado de legenda.
Como houve partidos que receberam e perderam deputados, o saldo geral do troca-troca
para as bancadas partidárias na
Câmara foi de 13.
Esse número foi muito maior
em 2003, quando tomaram
posse os deputados eleitos em
outubro de 2002. Em 1º de fevereiro de 2003, o saldo do troca-troca partidário equivalia a
37 mudanças nas cadeiras obtidas pelos partidos na eleição.
Há dois motivos para o número ter sido muito menor
agora em relação ao de quatro
anos atrás. Primeiro, porque o
tempo de TV e de rádio para os
partidos será calculado com base nas bancadas que saíram das
urnas -antes valia o número
de deputados do dia da posse.
A outra razão para que o troca-troca não tenha se consumado com maior intensidade
foi a regra para distribuição de
cargos nas comissões permanentes da Câmara. Agora, também vale a bancada da eleição.
Ou seja, quando um partido
recebe muitos deputados, terá
de repartir o que já tem entre
mais bocas. Só existe vantagem
se esse partido receptor de políticos tiver benesses a distribuir
dentro da estrutura da administração federal. É com isso
que contam as siglas que engordaram desde a eleição, sobretudo o PR (Partido da República),
fusão de PL e Prona.
Por causa dessa nova realidade, muitos esperam para consumar suas migrações partidárias depois da reforma ministerial a ser anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva
neste mês ou em março. Com
os ministros nomeados, deputados poderão oferecer seus
passes em troca de poderem indicar aliados para cargos.
No Senado, tradicionalmente o número de trocas partidárias é menor. São políticos há
mais tempo na carreira e mais
comprometidos com suas legendas e seus grupos de apoiadores nos Estados.
Até agora, só dois senadores
trocaram de legenda. Além de
Fernando Collor , o senador Expedito Júnior, eleito pelo PPS de Rondônia, deixou a oposição e foi para
a base governista: está no PR
(fusão de PL e Prona), partido
que mais cresceu no Congresso
até agora.
(FERNANDO RODRIGUES)
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