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De olho em ministério, aliados dizem que PP traiu Chinaglia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mal foi divulgado o resultado
da eleição para a presidência da
Câmara, o plenário começou a
travar outra disputa: a batalha
ministerial. Petistas e peemedebistas, interessados em ocupar o Ministério das Cidades,
comentavam reservadamente
que o PP havia traído o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Ontem, pepistas dos dois lados diziam que não havia sido
acertada a traição. O temor é
que isso seja usado como munição para reduzir o espaço do PP
na equipe do governo Lula.
Líder do partido na Câmara,
Mário Negromonte (BA) negou
que houvesse acordo com o Ciro Nogueira (PP-PI) para mudar os votos. "Dos nossos 42 deputados, 33 votaram com o Arlindo", disse Negromonte.
Para ele, a divulgação da suposta traição partiu de quem
deseja tirar o ministro Márcio
Fortes (Cidades) do governo.
PT e PMDB sonham com a
pasta -a ex-prefeita Marta Suplicy é candidata ao posto. Lula,
porém, resiste a entregar a pasta a um petista, principalmente
depois da vitória de Chinaglia.
Negromonte afirmou que
iria procurar Chinaglia para
tentar esclarecer a situação.
À Folha Chinaglia disse que
culpar o PP por traições é "loucura". "O Mário Negromonte
estava do meu lado", afirmou.
Ciro Nogueira afirma ter
conseguido "quinze votos" para o comunista. Negromonte,
porém, diz que apenas nove votaram no candidato do PC do B.
Como o voto é secreto, não é
possível cravar quem traiu.
Os rumores não ficaram restritos ao PP. A contagem dos
traidores apontava que entre
25 e 30 peemedebistas não teriam fechado com Chinaglia.
Seriam ligados ao grupo que segue a liderança dos senadores
do PMDB, simpáticos a Aldo.
(VALDO CRUZ)
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