São Paulo, domingo, 03 de fevereiro de 2008

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina) painel@uol.com.br

Nova investida

Depois de derrotada na intenção de derrubar, no fim de 2007, o presidente da Fundação Real Grandeza, o poderoso fundo de pensão de Furnas Centrais Elétricas, a ala do PMDB ligada ao presidente da estatal, Luiz Paulo Conde, e ao deputado Eduardo Cunha (RJ) fará nova tentativa logo após o Carnaval.
Cunha é conhecido pela desenvoltura com que transita na área --nos governos do casal Garotinho, tinha enorme influência na Prece, o fundo da estatal de saneamento Cedae. Desta vez, o deputado tentará obter mais uma cadeira na diretoria de Furnas para o nanico PSC, que forma bloco com os peemedebistas da Câmara e sobre o qual tem total ascendência. Com mais espaço, terá força para tentar controlar o fundo.

Opção. O "tertius" que José Sarney tenta emplacar na presidência da Eletrobras, para vencer a preferência de Dilma Rousseff (Casa Civil) por Flávio Decat, é José Antônio Muniz Lopes, ex-presidente da Eletronorte no governo FHC -já por indicação sua.

Reação. Lopes já havia sido indicado por Sarney para presidir a estatal no primeiro mandato de Lula, mas foi vetado pelo ex-governador do Acre Jorge Viana (PT), graças a desentendimentos anteriores. O petista deve se movimentar de novo contra a idéia.

DNA. Os peemedebistas contrários à indicação de Flávio Decat dizem que ele é ligado aos tucanos. Ex-diretor da Cemig no primeiro mandato de Aécio Neves (MG), Decat só não virou presidente da estatal em 2007 porque Itamar Franco conseguiu manter seu aliado Djalma Morais na vaga.

Microondas. Os tucanos, que tentam viabilizar a CPI dos cartões corporativos, planejam usá-la para reeditar dois pedidos de informação do deputado Gustavo Fruet (PR) ignorados pelo governo: todos os contratos de publicidade da Petrobras e a lista de quem usou aviões da FAB.

Sinto muito. Ao deixar os ajustes no Orçamento nas mãos do deputado José Pimentel (PT-CE) e do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), o governo faz jogo de cena para dizer que respeitou o Congresso, mas não pode abrir mão de talhar R$ 20 bilhões.

Índex. O Instituto Rio Branco excluiu este ano da lista de obras obrigatórias para o exame de admissão no Itamaraty o livro "Dependência e Desenvolvimento na América Latina", de Fernando Henrique Cardoso, em co-autoria com o chileno Enzo Faletto.

Intercâmbio 1. Um grupo de dez angolanos, incluindo o vice-ministro das Comunicações, esteve nesta semana em Brasília para conhecer o sistema de informações do governo Lula. Pleitearam enviar estagiários africanos para passar um tempo na TV Brasil.

Intercâmbio 2. Em troca, Angola será o primeiro país a receber um correspondente da recém-criada TV pública. Será o jornalista Carlos Alberto Júnior, a partir de março.

Pregando... Na época da operação frustrada para tentar resgatar o menino Emmanuel das Farc, em território colombiano, a Abin recomendou ao presidente Lula que mantivesse posição "eqüidistante" do caso, preservando seus traços de "bom interlocutor" no continente.

... no deserto. O alerta da Abin ressaltava a personalidade hostil de Hugo Chávez. Apesar do informe, o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência Marco Aurélio Garcia acompanhou a tentativa de resgate, o que causou mal-estar no Itamaraty.

Sem moral. Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) faz troça com as evidências do aumento de sua influência nos governos Lula e Jaques Wagner (PT). "Se eu mandasse mesmo o tanto que dizem, não teriam escolhido um Rei Momo magro na Bahia", diz o rechonchudo ministro.

Tiroteio

Só mesmo uma "CPI da Tapioca" para descobrir onde é que foi parar o caviar.


Do deputado RAUL JUNGMANN (PPS-PE) sobre apelido dado por Paulo Bernardo à tentativa da oposição de criar uma comissão de inquérito para investigar os gastos com cartões corporativos do governo. O titular do Planejamento havia ironizado o fato de o colega de Esplanada Orlando Silva (Esporte) ter comprado uma tapioca com o cartão.

Contraponto

A pergunta que não quer calar

O ministro José Gomes Temporão (Saúde) concedia uma entrevista sobre o aumento dos casos de febre amarela quando interrompeu a repórter com uma observação:
-Sabe uma pergunta que nunca ninguém me fez?
-Qual, ministro? -interessou-se a jornalista.
-Por que não tem febre amarela no Rio de Janeiro, que tem a maior área de floresta urbana do país.
-E por que, ministro?-, atalhou a entrevistadora, aproveitando o "gancho".
Temporão, com um sorriso irônico, respondeu como quem conclui uma "pegadinha":
-Aí é que tá: ninguém sabe a razão!


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